O dólar segue em baixa mais moderada no mercado doméstico nesta terça-feira. Investidores precificam os sinais de "união" entre Paulo Guedes e Rodrigo Maia, ontem à noite, para fazer andar as reformas e a agenda econômica no Congresso Nacional, e um apetite por risco leve e viés de baixa da moeda americana no exterior.
Lá fora, persiste impasse sobre novos estímulos fiscais e investidores estão atentos à saúde do presidente Donald Trump, que segue em tratamento da covid-19 na Casa Branca – mas já está a todo vapor sua campanha virtual à reeleição. Desagrada a manutenção da postura negacionista de Trump sobre a doença. Ontem, ele pediu a apoiadores, em suas redes sociais, para "não terem medo".
Já a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, disse que as conversas sobre estímulos estão avançando "muito lentamente", mas que fará nova reunião com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, hoje. Há ainda expectativa pelo discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, agendado para 11h40.
Limita a baixa do dólar ante o real também, segundo operadores, a indefinição das fontes de recursos para bancar o programa Renda Cidadã, que deve substituir o Bolsa Família. Apesar do acordo político para tentar acelerar as medidas econômicas do governo, os agentes querem ver quais ações podem ser tomadas para financiar a ampliação do programa social e se podem representar risco ao teto de gastos.
No exterior, a libra ampliou as perdas ante o dólar após a <i>Bloomberg</i> informar que a União Europeia não tem planos de oferecer mais concessões ao primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, após o Brexit. Já os futuros do Dow Jones e S&P500 em Nova York sobem, mas Nasdaq recua, acompanhando o avanço discreto nos mercados europeus, após declarações "dovish" da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde.
Às 9h29 desta terça-feira, o dólar à vista caía 0,70%, a R$ 5,5288. O dólar para novembro recuava 0,82%, a R$ 5,5335.