Dólar segue em forte alta após leilão, com aversão por coronavírus e petróleo

O dólar opera em forte alta nesta segunda-feira, 9, perto dos R$ 4,80, a despeito do BC ter triplicado a oferta de dólar em leilão à vista para US$ 3 bilhões mais cedo. Investidores reagem à deterioração no sentimento global por causa do coronavírus e da crise na aliança da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).

"Essa venda de US$ 3 bi do BC é insuficiente para acalmar o dólar diante da deterioração dos preços do petróleo e dos mercados internacionais", diz Mauriciano Cavalcante, diretor da Ourominas. "O BC precisa vir com um oferta bem maior à vista, de pelo menos US$ 10 bilhões, com vendas graduais para tentar conter a volatilidade do dólar", calcula Cavalcante.

Mais cedo, o diretor do BC, Bruno Serra, ressaltou que o câmbio passa a funcionar como canal mais relevante de transmissão da política monetária e que a conjuntura permite dispor de todos os instrumentos no volume que entender apropriado para promover o funcionamento do mercado de câmbio. Serra também disse que "é importante reforçar que atual estágio segue recomendando cautela na política monetária".

No fim de semana, a Arábia Saudita aumentou a produção da commodity e anunciou descontos aos compradores, em retaliação à Rússia que se negou, na semana passada, a fazer um acordo para cortar mais a produção, em meio aos impactos do coronavírus. O Danske Bank prevê que "os choques negativos na demanda, devido à epidemia, e um possível choque de fornecimento de petróleo podem derrubar o Brent para menos que US$ 30". A expectativa é que outros Bancos Centrais anunciem elevação de estímulos e liquidez nos mercados.

Às 9h30, após o leilão, o dólar à vista subia 2,99%, a R$ 4,7722. O dólar para abril avançava a R$ 4,7775 (+3,10).

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