O dólar opera com viés de baixa no mercado doméstico nesta quarta-feira, 24, e os juros futuros acompanham. Os ativos locais precificam a desvalorização da moeda americana frente outras divisas emergentes e ligadas a commodities no exterior, diante da alta do petróleo e também dos futuros de Nova York, em meio à queda dos juros longos dos Treasuries nos EUA. Mas os ajustes já desaceleraram e o dólar chegou a exibir viés de alta pontual.
Há expectativas pela reunião nesta manhã dos presidentes dos três Poderes, governadores e ministros para tratar da gestão da pandemia, que está fora de controle no Brasil e também pela participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de evento do BIS (13h55). Além disso, há incertezas sobre a votação , esperada para quinta-feira, do Orçamento de 2021 em meio a movimentação dos deputados e senadores para inflar o volume de recursos destinados a emendas parlamentares na proposta.
O petróleo ganha força após um navio porta-contêiner encalhar hoje no Canal de Suez, bloqueando a navegação em uma das principais rotas de abastecimento do mundo. A embarcação, da japonesa Shoei Kisen e operada pelo conglomerado taiwanês Evergreen Group, viajava da China para o porto de Rotterdam, na Holanda.
Segundo analistas, embora o STF tenha considerado o ex-juiz Sergio Moro parcial no julgamento do ex-presidente Lula no caso do Tríplex do Guarujá, o que reforça a chance de Lula vir a disputar a eleição presidencial de 2022, o efeito imediato é limitado na precificação dos ativos locais, porque outros eventos políticos ainda podem ocorrer até lá e o quadro eleitoral ainda está indefinido.
Mais cedo, o Índice de Confiança do Comércio (Icom) apontou queda de 18,5 pontos na passagem de fevereiro para março, para 72,5 pontos, a quarta baixa consecutiva. Com o resultado, o Icom registrou o menor nível desde maio de 2020, no auge da crise causada pela covid-19, quando ficou em 67,4 pontos. Em médias móveis trimestrais, o indicador recuou 6,4 pontos, na quinta queda seguida.
Na agenda de hoje estão ainda o leilão de rolagem antecipada de LTN (11h), e o presidente do Fed, Jerome Powell, e a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, que testemunham no Comitê Bancário do Senado americano (11h).
Às 9h25 desta quarta-feira, o dólar à vista desacelerava a queda a R$ 5,5110 (-0,09%), após tocar em máxima a R$ 5,5160 (+0,01%). O dólar para abril caía 0,22%, a R$ 5,5120, depois de atingir máxima a R$ 5,5185 (-0,11%).