Dólar sobe 1,5% e fecha no maior nível desde 30/11 com restrições por covid

O primeiro pregão do câmbio de 2021 foi marcado por dois momentos distintos do dólar. Pela manhã, a moeda norte-americana operou em queda e chegou a cair a R$ 5,12, com os investidores animados pelas perspectivas de vacinação da população mundial. Nos negócios da tarde, a divisa dos Estados Unidos passou a subir e bateu em R$ 5,27, com o temor do aperto de medidas restritivas no Reino Unido, confirmadas no final da tarde, enquanto a Escócia anunciou o prolongamento das restrições e a Alemanha pode fazer o mesmo, o que coloca em risco a retomada mais forte esperada para a atividade econômica mundial este ano.

Com isso, os investidores passaram a buscar portos seguros e o dólar fechou no maior nível ante o real desde 30 de novembro. A moeda americana encerrou o dia em alta de 1,51%, a R$ 5,2681 no mercado à vista. No mercado futuro, o dólar para fevereiro fechou na máxima do dia, com ganho de 2,02%, a R$ 5,3020.

Com noticiário interno escasso, o real operou em linha com as moedas emergentes. Operadores destacam que pela manhã a moeda brasileira chegou a cair em ritmo mais forte que seus pares, o que atraiu compradores para a divisa americana. O dólar passou a ganhar força quando começaram a circular as notícias de endurecimento das medidas de restrição no Reino Unido, levando a libra a bater mínimas. No final da tarde, o primeiro-ministro Boris Johnson, confirmou que tais medidas irão até meados de fevereiro.

O economista da consultoria inglesa Capital Economics, Simon Macadam, avalia que o noticiário recente aponta para um ano de movimentos distintos na economia. Com o aumento de casos de covid mundialmente, mutações do vírus e aumento de restrições em vários países, a primeira metade de 2021 deve ser marcada por mais medidas de isolamentos e endurecimento de lockdowns, o que vai pressionar para a piora da atividade no primeiro trimestre.

Na segunda metade de 2021, Macadam observa que a vacinação em massa deve melhorar as perspectivas, embora as recentes mutações do coronavírus sejam um sinal de alerta, destaca o economista. Para o Brasil, o economista da Capital Economics cita a preocupação com o atraso no começo do processo de vacinação, ainda sem datas oficiais definidas.

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