Em dia de segundo leilão seguido de swap novo, desta vez de US$ 1 bilhão, o dólar segue em alta no mercado doméstico em meio a revisões para baixo nas estimativas de crescimento do País por causa dos efeitos da epidemia de coronavírus na produção e demanda mundial por commodities e produtos manufaturados. Segundo operadores de câmbio, está no radar também o cenário político nebuloso para o andamento das reformas administrativa e tributária, entre outras medidas de ajuste que já estão tramitando no parlamento.
Depois do vídeo disparado do celular do presidente Jair Bolsonaro no Whatsapp convocando paralisação de rua contra o Congresso Nacional para 15 de março, o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou que a equipe econômica já começa a ver riscos de não avançarem rapidamente, neste primeiro semestre, três pautas que eram dadas como certas de aprovação pelo Congresso: o projeto de autonomia do Banco Central e as Propostas de Emenda à Constituição (PECs) Emergencial e dos fundos públicos.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, é o mais cobrado pelas lideranças partidárias da Câmara e do Senado, que o acusam de ter descumprido o acordo do Orçamento Impositivo, que amplia poderes dos parlamentares na destinação dos recursos para programas e ações do governo.
No exterior, o índice DXY, que mede o dólar ante outras seis divisas principais, se enfraquece nesta manhã em meio a crescentes expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) terá de cortar juros mais adiante, diante do possível impacto econômico do coronavírus, segundo analistas do banco BBH.
Na noite de quarta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que seu vice-presidente, Mike Pence, irá coordenar os esforços de combate ao coronavírus no país. Logo mais, às 10h30 (de Brasília), investidores vão acompanhar a segunda leitura do PIB dos EUA referente ao quarto trimestre de 2019. Ante divisas emergentes, o sinal do dólar está misto.
Às 9h26 desta quinta-feira, o dólar à vista subia 0,33%, a R$ 4,4561. O dólar futuro para março estava em alta de 0,11%, a R$ 4,4555.