O dólar opera em alta em meio à forte valorização da moeda americana frente divisas emergentes e ligadas a commodities, como os pesos mexicano, chileno e argentino, lira Tuca e rand sul africano, e desconforto local com o adiamento para a próxima semana da votação da PEC Emergencial, que estava prevista esta quinta-feira, 25, e o seu fatiamento, sem contrapartidas de controle de gastos de imediato. Os investidores também precificam a nova versão do relatório da PEC Emergencial apresentada ontem à noite.
Relator da PEC Emergencial, o senador Márcio Bittar, manteve em seu novo parecer gatilhos para contenção de despesas, mas blindou reajuste de militares do alcance de gatilhos e insiste na desvinculação de gastos com saúde e educação, o que é criticado por um grupo de senadores, que ameaça barrar a proposta. Um integrante do time do ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ao <i>Estadão/Broadcast</i> que, sem as medidas de ajuste de gastos, a PEC "não para em pé".
Mas a valorização do dólar frente o real e os juros futuros é limitada. No exterior, o índice DXY, que compara o dólar ante seis divisas rivais, opera em baixa, diante das expectativas de um acordo político sobre o pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão proposto pelo governo de Joe Biden, commodities fortes e sinais "dovish" do Federal Reserve nos últimos dois dias.
Aqui, o lucro da Petrobras bem acima do esperado e a entrega do projeto de lei que abre caminho para a privatização dos Correios à Câmara dos Deputados, ontem à noite, ajudam a atenuar a cautela com o risco fiscal do País. Às 9h28, o dólar à vista subia 0,17%, a R$ 5,4299. O dólar futuro de março avançava 0,50%, a R$ 5,430.
Mais cedo, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) desacelerou levemente em fevereiro na comparação com janeiro, tendo apresentado taxa de 2,53% ante 2,58% do primeiro mês de 2021. Em 2021, o IGP-M acumula alta de 5,17%. Com a taxa de fevereiro, o acumulado em 12 meses chegou a 28,94%, de 25,71% nos 12 meses até janeiro. Para o acumulado de 12 meses, a mediana era de 28,82% e o intervalo entre 28,43% e 29,34%.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,36% na terceira quadrissemana de fevereiro, desacelerando frente ao acréscimo de 0,55% observado na segunda quadrissemana deste mês, segundo a Fipe.