Dólar sobe com cautela sobre Turquia e antes de Powell

O dólar opera em alta em manhã de cautela com moedas de países emergentes. Os ativos locais ajustam-se ao tombo da lira turca, na esteira da demissão do terceiro presidente do BC turco na sexta-feira, dia 19, após decisão de juros acima do esperado no país. Mas os juros dos Treasuries recuam, limitando os ajustes internos. Na sexta-feira, o dólar encerrou abaixo de R$ 5,50, a R$ 5,4853 (-1,51%).

A demanda por dólar é relativamente contida pela percepção de que o Banco Central pode entrar no mercado, vendendo moeda via leilões à vista ou de swap cambial. A autoridade monetária já programou três leilões de linha com recompra, de até US$ 3 bilhões, para a manhã de quinta-feira (25).

Também é limitadora a visão de que o BC pode elevar os juros em até 1 ponto porcentual em maio, após alta inesperada de 0,75 ponto, a 2,75% ao ano na última quarta-feira. Além disso, o dólar ficou "barato", segundo alguns agentes. A moeda americana acumula queda de 1,89% em março, embora no ano ainda suba cerca de 6%.

Em semana pesada de ata do Copom (terça-feira), Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e IPCA-15 (quinta-feira), a pesquisa Focus divulgada mais cedo voltou a mostrar revisão para cima das previsões para Selic. Hoje, o mercado aguarda a participação do presidente do Fed, Jerome Powell, em evento do BIS Innovation Summit (10h) e, na quarta-feira, o Congresso poderá votar o Orçamento de 2021. Além disso, o cenário fiscal e sanitário no Brasil segue inspirando cautela, com piora da pandemia da covid-19 e o negacionismo do presidente Jair Bolsonaro gerando manifestações contrárias a ele em vários setores.

Na China, o Banco do Povo (PBoC, o BC chinês) decidiu nesta segunda-feira (22) deixar inalteradas suas taxas de juros de referência para empréstimos de curto e longo prazos pelo 11º mês consecutivo. A chamada LPR de um ano permaneceu em 3,85% e a LPR para empréstimos de cinco anos ou mais longos ficou em 4,65%.

Às 9h23 desta segunda, o dólar à vista subia 0,42%, a R$ 5,5084. O dólar futuro de abril ganhava 0,29%, a R$ 5,5210.

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