O dólar segue em alta no mercado doméstico nesta segunda-feira, após ter subido na sexta, com investidores em compasso de espera por uma definição sobre o pacote fiscal nos Estados Unidos e pelo comunicado do Copom na quarta-feira, que deve resultar em Selic estável em 2,00%. O aumento de casos da covid 19 na Europa e EUA e a última semana da campanha eleitoral americana trazem aversão a risco, com queda firme das bolsas ocidentais. Também a falta de solução para o problema fiscal e da dívida pública brasileira em semana de recesso branco no Congresso ajuda no mal-estar no câmbio.
A expectativa é pelo que o Copom dirá sobre a situação fiscal e o aumento recente da inflação. Na sexta-feira, a alta de 0,94% do IPCA-15, acima do teto das estimativas (0,93%) e o dobro do resultado de setembro (0,45%), acendeu alerta sobre a inflação em meio ainda o dólar acima dos R$ 5,60 ante o real.
Os investidores monitoram as revisões das projeções na Pesquisa Focus para o IPCA e câmbio no fim de 2020 e 2021, e também para a Selic e o PIB no ano que vem. Houve elevação na projeção de IPCA para 2020 de 2,65% para 2,99%, e para 2021, de 3,02% para 3,10%. Também mudaram a projeção de Selic em 2021, que subiu de 2,50% para 2,75%; no PIB de 2020 de -5,00% para -4,81%, mas o de 2021 passou de +3,47% para +3,42%. E para o câmbio, a estimativa para fim de 2020 passou de R$ 5,35 para R$ 5,40 e, para 2021, subiu de R$ 5,10 para R$ 5,20.
Já o Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 3,8 pontos na passagem de setembro para outubro, para 95,8 pontos. E o IPC-S mostrou alívio em todas as sete capitais pesquisadas na terceira quadrissemana de outubro. No período, o índice cheio desacelerou de 1,01% para 0,79%.
Às 9h37 desta segunda-feira, o dólar à vista subia a R$ 5,6501 (+0,37%). O dólar futuro para novembro ganhava 0,49%, a R$ 5,6520. Pouco antes das 10h, o dólar se fortaleceu ainda mais ante o Real e outras divisas emergentes e ligadas a commodities, como peso mexicano, após a desaceleração do índice de atividade nacional dos Estados Unidos de 1,11 em agosto para 0,27 em setembro. A média móvel dos últimos três meses, por sua vez, diminuiu de 3,22 em agosto para 1,33 em setembro, informou o Fed de Chicago. Na máxima, o dólar à vista atingiu R$ 5,6636 (+0,61%). O dólar futuro de novembro atingiu máxima a R$ 5,6645 (+0,74%).