Capitão da seleção brasileira que conquistou a medalha de ouro, a segunda consecutiva em Jogos Olímpicos, em Tóquio-2020, no último sábado, o lateral-direito Daniel Alves desembarcou nesta segunda-feira no Brasil e logo de cara, ainda no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP), teve que responder sobre sua relação com o São Paulo, após criticar o clube ainda no Japão.
Questionado se pretende continuar no São Paulo, Daniel Alves deu a entender que sim. "É um momento de a gente desfrutar dessa conquista. Chegar, colocar as ideias no lugar, para poder dar continuidade", declarou o jogador de 38 anos, enquanto caminhava pelo saguão do aeroporto em meio a um batalhão de repórteres e cinegrafistas.
A liberação para disputar os Jogos Olímpicos deixou a torcida do São Paulo insatisfeita, já que o clube vive um momento delicado no Campeonato Brasileiro – está perto da zona de rebaixamento. E as fortes críticas ao clube ainda no Japão aumentaram o grau de insatisfação.
"Deu trincada (na relação)? Não dei no meio de ninguém", disse Daniel Alves, quando perguntado sobre as consequências das críticas feitas. "Polêmica quem faz são as pessoas que desconhecem as informações. Já falei antes que, desde que me dou por jogador, seja no Bahia, no Sevilla, Barcelona, Juventus, PSG, sempre deixei claro que a seleção brasileira é a minha prioridade, e aqui no São Paulo não seria diferente. É o clube que eu amo, respeito para c… e me entrego todos os dias para poder dar resultado. Um monte de gente pode opinar, mas eles desconhecem a causa, e por isso me alarmo. O São Paulo sabe da minha escolha", prosseguiu.
Em seguida, o lateral-direito falou sobre a chance de enfrentar o Palmeiras, nesta terça-feira, pelas quartas de final da Copa Libertadores. "Tem que perguntar ao (técnico argentino Hernán) Crespo. Vou para casa, deixar minhas coisas, dar um abraço nos meus e ir direto para a concentração".
Ao comentar sobre o descontentamento dos são-paulinos com a sua liberação para a Olimpíada, Daniel Alves adotou um tom de naturalidade. "É normal. O torcedor me quer no clube; eu também quero. Só que, quando chamaram do país, a gente tem que atender também", argumentou.
O que Daniel Alves quer mesmo é ainda saborear o título olímpico. "É uma conquista muito especial, única. Acho que é a maior da minha carreira, por todas as circunstâncias. Sei que as pessoas confiaram em mim porque me conhecem, sabem da minha disponibilidade, do meu caráter. Fomos para lá com uma missão e foi cumprida. Agora, é hora de a gente desfrutar e saborear", afirmou.