A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) estima em R$ 1 milhão o prejuízo decorrente de furtos e depredações durante ou após as ocupações de escolas em São Paulo. Segundo a Secretaria Estadual da Educação, houve danos em 72 unidades. As invasões atingiram 196 colégios – ontem, alunos ainda estavam em 13. Uma entidade estudantil afirma que o governo quer “criminalizar” o movimento.
A pasta argumenta que o valor divulgado é uma estimativa. O levantamento ainda estaria sendo feito pela direção de cada uma das escolas e não incluiria perdas com merenda.
Somente neste fim de semana, “seis unidades localizadas nas regiões de Bauru, Pirassununga, Guarulhos, Campinas e na zona leste da capital registraram ocorrências de furto, depredação e vandalismo”, diz a secretaria em nota. O governo informou que todos os casos serão investigados pela polícia.
Segundo a pasta, os episódios aconteceram entre os dias 23 e 27 deste mês, após as escolas serem desocupadas. Há casos de furtos de computadores, notebooks, radiocomunicadores e eletrodomésticos.
Na escola Conselheiro Crispiniano, em Guarulhos, houve a destruição de objetos da secretaria, das salas de coordenação e de equipamentos de festas da unidade.
Em apenas uma escola, a Coronel Antônio Paiva de Sampaio, em Osasco, na região metropolitana, a secretaria já havia divulgado que o prejuízo com a invasão da unidade ficaria em cerca de R$ 250 mil. O colégio, que ficou 15 dias ocupado, teve pelo menos dez computadores, duas televisões de LED e 15 tablets roubados na noite de 30 de novembro.
Para o advogado Victor Grampa, que defende a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), houve casos de depredação de escolas após a saída dos estudantes e a maioria das unidades foi beneficiada pelas ocupações.
“Essa divulgação faz parte do movimento de criminalização dos estudantes. Se for contabilizar as escolas que foram pintadas, em que houve pequenas reformas, esse número seria diferente”, disse Grampa.
Reorganização
Nesta terça-feira, 29, Alckmin disse esperar pelo fim das invasões. “Acho que em dois dias acaba”, afirmou, durante a inauguração de uma unidade do Detran em Franca. Apesar dos protestos, ele disse que a reorganização será mantida e discutida no próximo ano para ser implementada em 2017.
Para enfrentar as posições contrárias, o governador disse que basta explicar a intenção do projeto. “O objetivo é melhorar a qualidade da escola pública e não misturar alunos de idades diferentes.” Ele afirmou ter estudos que comprovam que dividir os estudantes da forma pretendida traz resultados positivos para a educação pública. E que tudo isso será apresentado a pais e alunos.
O projeto previa o fechamento de 93 escolas e a transformação de 754 prédios em unidades de ciclo único (em que há só alunos de 1.º ao 5.º ano, 6.º ao 9.º ou ensino médio). O governo recuou e revogou sua implementação, após as ocupações.
Sobre as invasões que ainda persistem no Estado, a secretaria informou que continua a enviar as equipes das diretorias de ensino para dialogar com os manifestantes para que desocupem os prédios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.