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De virada, Djokovic derruba Nadal em Roland Garros e encara Tsitsipas na final

Em um jogo histórico, Novak Djokovic mostrou nesta sexta-feira por que é o melhor tenista da atualidade. O número 1 do mundo buscou uma forte virada para derrubar Rafael Nadal no lendário saibro de Roland Garros pelo placar de 3 sets a 1, com parciais de 3/6, 6/3, 7/6 (7/4) e 6/2, numa batalha de 4h11min de duração. O sérvio avançou à final, quando enfrentará o grego Stefanos Tsitsipas no domingo.

Foi apenas a terceira derrota de Nadal em 17 edições do Grand Slam francês. O espanhol, conhecido como Rei do Saibro, soma nada menos que 105 vitórias e agora três vezes em Paris. O próprio Djokovic, em 2015, e o sueco Robin Soderling, em 2009, foram os responsáveis pelas outras derrotas de Nadal em Roland Garros.

Para se ter uma ideia do forte domínio do espanhol na competição, ele venceu 13 das 16 edições que disputou em Paris antes do atual campeonato. Em 2016, abandonou após vencer na segunda rodada por motivos de lesão. Com 13 títulos, ele é o recordista absoluto em Roland Garros. Nenhum outro tenista na história venceu tantas vezes o mesmo Grand Slam.

Com o revés, Nadal perdeu a chance de superar o recorde de títulos de Slam que divide atualmente com Roger Federer. Espanhol e suíço somam 20 troféus cada. Já Djokovic pode se aproximar ainda mais da dupla. Ele tem 18 títulos atualmente.

Apesar da boa fase exibida pelo sérvio nos últimos anos, sua vitória surpreendeu nesta sexta. Isso porque ele foi arrasado pelo próprio Nadal, por 3 a 0, na final do ano passado, quando Roland Garros foi disputado em outubro, devido à pandemia. E, para piorar as coisas para o líder do ranking, o espanhol começou arrasados nesta sexta.

Sem perder tempo, Nadal abriu 5/0 no primeiro set, lembrando do massacre da última final. Djokovic, contudo, elevou seu jogo e conseguiu vencer seus primeiros três games antes de perder a parcial. A partida, então, passou a ganhar altíssimo nível técnico. O sérvio ganhou confiança, começou melhor o segundo set e buscou o empate no jogo.

Veio, então, o longo e equilibrado terceiro set, com duração de 1h30min. Nadal e Djokovic oscilaram e aplicaram quebras de saque alternadas, com o sérvio ligeiramente superior nos ralis mais longos. O espanhol até esboçou repetir o primeiro set, mas o rival não deixou. Fechou o set e virou o jogo.

Ao fim do terceiro set, o jogo foi paralisado rapidamente. Havia expectativa geral de que a organização do torneio obrigasse todos os torcedores a deixar as arquibancadas, como já fizera na quarta, no jogo de Djokovic nas quartas de final. Por decisão do governo, há toque de recolher às 23 horas, em razão da pandemia. Na quarta, a decisão gerou polêmica, vaias e até resistência por parte dos fãs, que se recusaram a deixar a quadra.

Nesta sexta, as autoridades recuaram a permitiram a permanência dos fãs nas arquibancadas além do horário de recolhimento. Parte da torcida chegou a gritar o nome do presidente Emmanuel Macron, em comemoração pela decisão.

Com as arquibancadas em forte vibração, Djokovic manteve o alto nível no quarto set, mas Nadal passou a oscilar demais, cometendo erros bobos. Ele abriu 2/0, porém perdeu os quatro games seguintes, dois deles sacando. O sérvio aproveitou as chances, confirmou seus games de saque e confirmou a vitória.

As estatísticas do jogo mostram a queda de rendimento do espanhol no set final. Foram 55 erros não forçados em toda a partida, contra 37 de Djokovic. O sérvio disparou 50 bolas vencedoras, Nadal, 48. O número 1 do mundo obteve oito quebras de saque, diante de seis do espanhol.

No domingo, Djokovic vai tentar conquistar seu segundo título em Roland Garros diante do grego Stefanos Tsitsipas, estrela da nova geração. Ele avançou a sua primeira final de Grand Slam ao superar o alemão Alexander Zverev em outra batalha, de cinco sets, também nesta sexta.

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