Um dia depois de ter alta do hospital, após passar três se recuperando do grave acidente com incêndio que sofreu no último domingo logo no início do GP do Bahrein de Fórmula 1, o francês Romain Grosjean voltou nesta quinta-feira ao paddock do Circuito Internacional do Bahrein, onde será realizado no GP de Sakhir neste final de semana. Emocionado, o piloto reencontrou seus companheiros na Haas e a equipe médica que o socorreu assim que saiu do carro.
Ainda mancando da perna esquerda – está usando uma bota ortopédica – e com proteção nas mãos devido às queimaduras, o piloto da Haas entrou andando pelo paddock e foi até os boxes cumprimentar os mecânicos de sua equipe, além de conversar com o médico Ian Roberts e o piloto do carro médico Alan van der Merwe, responsáveis pelo atendimento.
Em entrevista coletiva com veículos de imprensa francesa, Grosjean afirmou que o lado esquerdo de seu corpo foi o que mais sofreu com a batida, mas que na perna possui apenas uma leve torção no tornozelo. Já a mão esquerda é o que mais preocupa o piloto em sua busca para retornar ao grid na próxima semana para o GP de Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, a sua última corrida na Fórmula 1.
Nesta quinta-feira, Grosjean fez questão de voltar ao circuito para agradecer os fiscais e a equipe médica da Federação Internacional de Automobilismo (FIA, na sigla em francês). Aos fiscais, o francês entregou uma réplica de seu capacete em agradecimento. A Haas também agradeceu à coragem de todos os envolvidos.
Já na garagem da equipe, o clima foi de muita emoção, especialmente quando Grosjean viu pela primeira vez desde domingo o seu engenheiro de corrida, Dominc Haines.
No GP de Sakhir, neste fim de semana, Grosjean será substituído pelo brasileiro Pietro Fittipaldi. A Haas não confirmou se o neto de Emerson Fittipaldi seguirá no carro caso o francês não tenha condições de correr em Abu Dabi. Para 2021, a equipe já anunciou o alemão Mick Schumacher e o russo Nikita Mazepin.
INVESTIGAÇÃO – A FIA divulgou nesta quinta-feira os primeiros detalhes sobre a investigação que está sendo conduzida sobre o acidente de Grosjean e determinou que o resultado final será anunciado em seis a oito semanas. Ela é uma de cerca de 30 que o departamento de segurança realiza acerca de incidentes ocorridos em diversas categorias ao longo de uma temporada.
Serão analisados todos os aspectos, incluindo o chassi e halo da Haas, o equipamento pessoal de segurança de Grosjean como o apoio de cabeça, capacete e macacão, a performance das barreiras e a resposta dos fiscais e do carro médico da FIA. Além da entidade, outros envolvidos com a investigação são a organização da Fórmula 1, a Haas e a Associação de Pilotos de Grande Prêmio (GPDA, na sigla em inglês), onde Grosjean atua como diretor.
"Assim como todos os acidentes sérios, vamos analisar todos os aspectos dessa batida e colaborar com todas as partes envolvidas", disse Adam Baker, diretor de segurança da FIA. "Com tamanha quantidade de dados disponíveis, vamos poder determinar exatamente todos os elementos que estiveram em ação e esse trabalho já começou. Vamos levar muito a sério essa pesquisa e ela seguirá um processo rigoroso para descobrir exatamente o que aconteceu antes de propormos potenciais melhorias".