O candidato ao governo de São Paulo e ex-ministro, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), minimizou sua proximidade com ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PTB) – condenado na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro – e com o deputado estadual Frederico dAvila (PL), que xingou o papa Francisco de "vagabundo" na tribuna da Assembleia Legislativa.
O adversário Rodrigo Garcia (PSDB), empatado tecnicamente com Tarcísio segundo a última pesquisa DataFolha, explorou a relação do ex-ministro com Cunha e dAvila para atacá-lo na propaganda de TV.
"A questão do Frederico dAvila. Foi bastante infeliz no que falou. Mas tem que ser condenado por causa disso?", questionou Tarcísio aos jornalistas antes do debate promovido pelo <b>Estadão</b> em pool com outros veículos. "Como ele agrediu a igreja, ele tem que pedir perdão. É uma questão dele com a igreja", continuou.
Em relação ao fato do partido de Cunha compor sua coligação, e de o ex-presidente da Câmara ter participado de sua convenção, Tarcísio atenuou. "Sabe quantas vezes eu falei com Eduardo Cunha? Nenhuma, nem conheço", disse. O candidato voltou a dizer que Cunha não vai participar de um eventual governo, que, segundo ele, será prioritariamente composto por "técnicos".
<b>Collor</b>
Após publicar um vídeo pedindo apoio ao ex-presidente Fernando Collor (PTB) para o governo de Alagoas, o candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que o movimento "tinha risco", mas ele "não avaliou direito".
"É muito normal você fazer vídeos de cunho político-partidário. Isso para mim é um aprendizado. Talvez eu devesse fazer menos. Eu tenho feito muito. O pessoal pede, eu faço, a gente tenta apoiar quem está na mesma linha política partidária e isso acaba respingando, às vezes, você até não reflete no risco", disse Tarcísio aos jornalistas antes do debate promovido pelo Estadão e um pool de veículos. "A gente faz de boa fé, e foi o que eu fiz. Estava querendo ajudar um candidato alinhado com o presidente(…) Tinha um risco e eu não avaliei direito", emendou.
Como mostrou o <b>Broadcast Político</b>, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, no vídeo, o candidato paulista classifica Collor como "um dos maiores políticos que nós já tivemos" e que deixou um "grande legado", citando a abertura econômica nacional. "Graças a ele começamos a andar a passos largos na direção da modernização", diz Tarcísio. O ex-ministro conclui destacando sua torcida ao ex-presidente: "Fernando Collor e Leonardo Dias Recebam o meu abraço e a minha torcida."
Logo após a publicação, o atual governador de São Paulo e candidato à reeleição, Rodrigo Garcia (PSDB), respondeu ao vídeo de seu adversário. "Não queremos o Collor, que confiscou o dinheiro dos brasileiros, dando palpite aqui em SP", comentou.