O debate sobre a dívida externa que o Brasil, enquanto presidente do G20, pretende colocar na reunião do grupo não é um tema tranquilo para os países credores, mas constrange países de renda média e baixa, disse nesta quinta-feira, 8, em resposta ao <i>Broadcast</i> a responsável pelo diálogo com a sociedade civil e a Trilha de Finanças do G20, Tatiana Berringer.
De acordo com ela, o entendimento da presidência brasileira é o de que, para pensar transições e projetos de desenvolvimento social, é preciso pensar em colocar também em debate a questão da dívida.
"O que a gente está pensando em fazer é chamar um debate sobre a dívida, em que a própria África vai conduzir. É dar voz para que os países mais afetados pela dívida possam manifestar a necessidade de renegociação. É abrir um canal no encontro ministerial que será feito no final do mês", disse Berringer.
Ela disse que há também ideias de swaps de dívidas, mas que encontram mais resistências. Mas diz também acreditar que a sociedade vai querer debater estes temas. Berringer considera que o apelo global por combate às mudanças climáticas, à fome e o incentivo à melhora da saúde possa resultar em outro apelo, no sentido de que os países credores aceitem trocar dívida por investimentos em saúde e em projetos ambientais nos países mais pobres.