A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta segunda-feira, 18, que a discussão no Brasil em torno da exploração de petróleo na chamada Margem Equatorial não é um contrassenso com a agenda ambiental do Brasil. Internamente, essa não é uma decisão de sua pasta ou outra, de forma isolada e, no mundo, também não depende apenas de um país, conforme ela.
"A decisão sobre se vai ou não explorar petróleo não é do Ministério do Meio Ambiente e nem isoladamente de nenhum ministério. É do Conselho Nacional de Política Energética. É ele que discute a oportunidade e conveniência de como será a matriz energética e a segurança energética do país", disse Marina Silva, a jornalistas, ao chegar para evento da Bolsa de Nova York (Nyse), organizado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
No domingo, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que está otimista quanto às chances de o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sentar à mesa com a Petrobras no curto prazo para apresentar as condições ambientais para que a estatal inicie as pesquisas para a esperada campanha exploratória da Margem Equatorial, que abrange uma área do Amapá até o Rio Grande do Norte.
O tema causou um racha no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o órgão negar um pedido de licença de exploração à petroleira.
Marina Silva disse ainda que a decisão sobre a exploração de petróleo no mundo não é uma decisão isolada de um país. "Prescindir dessa matriz energética é um esforço global em que o Brasil pode sim contribuir com a matriz energética limpa que tem, sobretudo produzindo hidrogênio verde, mas países como a China, por exemplo, como a Índia, a própria União Europeia no contexto agora da guerra na Ucrânia, não tem como prescindir ainda dessa fonte", afirmou.
De acordo com ela, o esforço do governo brasileiro é para contribuir para acelerar para uma matriz energética global limpa. "Todos estão se esforçando e o presidente Lula já decidiu que quer que a matriz energética brasileira seja 100% limpa, buscando as alternativas que temos em abundância de eólica, hídrica, solar, de biomassa e sermos, inclusive, a base para ajudar os países que não têm as mesmas vantagens comparativas que nós", acrescentou.