Variedades

Decisão judicial reacende debate sobre trabalho infantil no meio artístico

Por falta de alvará que autorizasse a presença de Ana Júlia, de 8 anos, a apresentar o programa Bom Dia & Cia., na quarta-feira, 15, o programa do SBT foi ao ar sob o comando de Silvia Abravanel, filha de Silvio Santos – Matheus Ueta, de 11 anos, que faz par com Ana Júlia, está em férias, na Disney, e tomou conhecimento do caso em Orlando. O episódio foi motivado pela falta de consenso entre a carga horária de trabalho da dupla infantil e o entendimento do juiz Flavio Bretas Soares, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região – o mesmo magistrado que vetou a participação de dois menores no espetáculo Memórias de um Gigolô, que estreou no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo.

Procurado pela reportagem, o SBT informou que não iria se pronunciar até que a questão fosse resolvida. A assessoria de imprensa afirma que a decisão foi acatada e que o SBT está recorrendo do veto. Durante a apresentação, Silvia, que já esteve diante das câmeras em outras ocasiões e hoje comanda a área infantil da emissora, pediu que o público desse audiência ao programa e informou que a ausência dos titulares se devia à decisão judicial.

Canal aberto que mais tempo dedica ao conteúdo infantil, o SBT dispõe de nutricionista e psicóloga, além de um preparador de atores, para amparar seu elenco infantil na produção de novelas como Chiquititas, Carrossel e, agora, Cúmplices de um Resgate, próxima novela da casa. O episódio envolvendo o Bom Dia & Cia., no entanto, ainda sob segredo de justiça, teria relação com a carga horária dos menores. Hoje, o programa fica no ar entre 9h e 12h45, ao vivo. Entre uma animação e outra, as crianças aparecem para atender a ligações de telespectadores, que participam de jogos. O programa já esteve na mira da Justiça há quatro anos, quando o SBT foi multado pelo Ministério Público pela presença de merchandising infantil, ação que deixou de frequentar o Bom Dia & Cia.

Já o veto à participação de Matheus Braga, de 13 anos, e Kalek Figueiredo, de 10, no espetáculo Memórias de um Gigolô, pelo mesmo Flavio Bretas que agora cobra ajustes no SBT, se deu por causa do conteúdo da peça. O juiz alegou que o texto conteria uma linguagem inadequada que poderia prejudicar o desenvolvimento psíquico dos jovens. Os dois casos reacendem o debate sobre a participação de crianças no mundo artístico, mesmo diante de todos os cuidados extras requeridos pelo trabalho infantil no universo artístico.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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