Após a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, liberar o processo do orçamento secreto para julgamento em plenário, o presidente eleito da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), garantiu que a decisão tomada pela Corte será acatada. De acordo com o petista, o respeito às instituições é salutar para o País "voltar à normalidade".
"Não quero ministro do STF legislando e governando, nem governo se metendo nas coisas deles", declarou o presidente eleito, em coletiva de imprensa no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
Após a coletiva, ele seguiu para reunião com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e lideranças da cúpula petista antes de voltar para São Paulo.
No domingo, Lula estará de novo em Brasília.
A declaração sobre o STF, feita em coletiva de imprensa, vem no momento em que o Centrão pressiona para inserir na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da transição um dispositivo para obrigar o pagamento das emendas RP-9, usadas no orçamento secreto.
Lula, no entanto, descartou a possibilidade.
"Dentro da PEC da transição não há espaço para discutir emenda. A PEC não trata de emenda, trata de necessidade básica do nosso País", afirmou o petista, para quem o orçamento secreto, como está, não pode continuar. "É importante que a emenda não seja secreta e seja dentro da programação de necessidade do governo", acrescentou.