O apelo do democrata Joe Biden durante o debate presidencial de quinta-feira, 22, em defesa da transição energética nos Estados Unidos levou questões relacionadas ao setor para a campanha eleitoral, dias antes do pleito de 3 de novembro no qual ele disputará a Casa Branca com o presidente americano, Donald Trump. Durante meses, a corrida eleitoral foi dominada pela pandemia de covid-19 e suas consequências econômicas.
Alguns democratas que concorrem em estados ricos em petróleo se distanciaram dos comentários de Biden. Grupos que se opõem aos perigos da mudança climática aplaudiram o candidato democrata. Trump, por sua vez, destacou a questão ao publicar um vídeo no Twitter que inclui clipes editados de Biden falando sobre "fracking". A prática, que permite a extração de petróleo e gás da rocha de xisto, tornou-se uma fonte de atrito entre a indústria de petróleo e gás e os ambientalistas, e alguns membros do Partido Democrata pediram seu banimento.
Durante o debate de quinta-feira, Trump disse que o plano de seu adversário para combater a mudança climática, que prevê que os EUA tenham emissões líquidas de carbono zero até 2050, prejudicaria a indústria do petróleo e a economia americana. Alguns executivos do setor de energia se aliaram a Trump nesta sexta-feira, embora grandes empresas do setor às vezes apoiem formas de reduzir as emissões de carbono.
"Eu faria a transição da indústria do petróleo, sim", disse Biden no debate. "A indústria do petróleo polui significativamente. Ela deve ser substituída por energia renovável com o tempo." Após o debate, Biden disse a repórteres que embora ele quisesse eventualmente se afastar da dependência do petróleo, "não estamos nos livrando dos combustíveis fósseis". (FONTE: DOW JONES NEWSWIRES)