O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que cumpre prisão domiciliar, prestou depoimento nesta sexta-feira por duas horas e meia a promotores do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ). Ele foi ouvido em sua casa, em um condomínio na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio.
As declarações serão incluídas em dois inquéritos civis. No primeiro, o MP-RJ apura suposto sobrepreço em um contrato assinado entre a Petrobras e a construtora Andrade Gutierrez para obras de ampliação do Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes) no campus da Ilha do Fundão, na zona norte do Rio.
Em outra investigação, o MP-RJ verifica a evolução patrimonial de Sérgio Machado, presidente licenciado da Transpetro (subsidiária da Petrobras), para apurar se há incompatibilidade com sua renda. Os promotores chegaram às 13h53 e saíram às 16h22, em três carros sem identificação oficial. Não deram entrevistas nem na chegada nem na saída.
A assessoria de imprensa de Machado informou que a oitiva de Costa não tem ligação com a Operação Lava Jato, que investiga desvio de verbas na estatal. O presidente licenciado da Transpetro alega que a investigação da promotoria do Estado do Rio já havia concluído “de forma categórica” que seus ganhos são “totalmente compatíveis com sua renda e patrimônio”, de acordo com a assessoria.
O pedido de autorização para interrogar Paulo Roberto Costa foi feito pela promotora Gláucia Maria da Costa Santana, do MP-RJ, por meio de ofício, ao juiz Sergio Moro, da Justiça Federal do Paraná, responsável pelo processo da Operação Lava Jato, que investiga atos de corrupção no âmbito da Petrobrás. Moro autorizou a tomada do depoimento. O MP-RJ informou que as investigações estão ocorrendo sob sigilo e que o teor do depoimento de Costa não será divulgado.