A reação do governo Lula à morte de do brasileiro Ranani Nidejelski Glazer, de 24 anos, durante os atentados do Hamas contra Israel no sábado, 7, foi criticada nas redes sociais e pela oposição pelos termos usados no comunicado do Itamaraty sobre o caso.
"O governo brasileiro tomou conhecimento, com profundo pesar, do falecimento do cidadão brasileiro Ranani Nidejelski Glazer, natural do Rio Grande do Sul, vítima dos atentados ocorridos no último dia 7 de outubro, em Israel", diz a nota, intitulada Falecimento de cidadão brasileiro em Israel. "Ao solidarizar-se com a família, amigas e amigos de Ranani, o Governo brasileiro reitera seu absoluto repúdio a todos os atos de violência, sobretudo contra civis."
O tom do texto, apontado como frio e insensível, e sem mencionar o Hamas, foi duramente criticado na conta da chancelaria no X, antigo Twitter. Pouco depois, o Itamaraty fechou os comentários do post, que até o começo da noite teve 4 milhões de visualizações. Um contexto sobre os assassinatos cometidos pelo Hamas em Gaza foi inserido no post pela rede de Elon Musk.
<b>Críticas da oposição</b>
O ex-presidenciável do Novo, João Amoêdo, que disputou a eleição em 2018, criticou a nota da chancelaria. "Não foi um falecimento , foi o assassinato de um jovem pelo grupo terrorista Hamas", disse.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) também questionou o governo. "Falecimento?? O Itamaraty não consegue condenar o terrorismo que assassinou um brasileiro?"
Após da confirmação da morte da segunda cidadã brasileira nos atentados, a carioca Bruna Valeanu , de 24 anos, o tom da segunda nota mudou levemente.
"O governo brasileiro lamenta e manifesta seu profundo pesar com a morte da cidadã brasileira Bruna Valeanu, de 24 anos, natural do Rio de Janeiro, segunda vítima dos atentados ocorridos no último dia 7 de outubro em Israel, diz o texto, intitulado Morte de cidadã brasileira em Israel. "Ao solidarizar-se com a família, amigas e amigos de Bruna, o governo brasileiro reitera seu total repúdio a todos os atos de violência contra a população civil."
<b>Posição de Lula</b>
Nesta terça, o presidente Lula retuitou as duas mensagens do Itamaraty mas não se pronunciou diretamente sobre as mortes dos cidadãos brasileiros.
No dia dos atentados, no entanto, o petista condenou os ataques do Hamas. "Fiquei chocado com os ataques terroristas realizados hoje contra civis em Israel, que causaram numerosas vítimas. Ao expressar minhas condolências aos familiares das vítimas, reafirmo meu repúdio ao terrorismo em qualquer de suas formas", disse o presidente.