Saúde

Defensor do isolamento, cientista diz que aeroportos e marginais já deveriam estar fechados

Para o professor, estradas, marginais e avenidas também deveriam estar fechadas

As medidas restritivas anunciadas nas últimas semanas por governadores e prefeitos Brasil afora deveriam ser ainda mais intensas e rápidas, principalmente em grandes cidades, como São Paulo e Guarulhos. A opinião é do professor de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão, Domingos Alves, ouvido pelo portal UOL nesta semana. Para ele, aeroportos como o de Guarulhos já deveria estar fechado há muito tempo.

“A literatura científica e a Organização Mundial da Saúde apontam que o isolamento é a única solução. Os aeroportos já deveriam estar fechados há muito tempo. E as estradas, marginais e avenidas, como a Bandeirantes, por exemplo, também deveriam estar fechadas. As medidas deveriam ser mais restritivas do que as adotadas até aqui”, opinou, em reportagem publicada nesta quinta-feira, 2/04. Alves é um defensor radical das medidas de distanciamento social.

Na entrevista ao UOL, o cientista falou sobre o trabalho de pesquisa realizado em conjunto com 20 cientistas, com várias ferramentas para, por meio de parâmetros epidemiológicos e modelos matemáticos, avaliar possíveis cenários da evolução da epidemia de Covid-19.

Segundo o grupo, o número de casos da doença deverá praticamente dobrar em cinco dias em São Paulo: o número de casos registrados na capital paulista, que, em 31 de março foi de 1.885 (dados divulgados na quarta, 1º/04), deverá saltar para 3.673 até o dia 5 – um aumento de 94%. Os dados estão sendo compilados e analisados por uma equipe de cientistas de cinco universidades brasileiras (USP, UFRJ, UERJ, UFRGS e UnB) e veiculados no site Covid-19 Brasil, publicado pela FMUSP-Ribeirão.

Ainda segundo Alves, os estudos mostram, até agora, que em quatro capitais brasileiras a Covid-19 se expande de forma mais rápida: São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Fortaleza. A tese dos cientistas é que isso acontece pois as quatro cidades são as maiores conexões aéreas do Brasil, o que amplia o número de pessoas circulando. “Monitorar cidades é fundamental”, pontuou Alves. “Nos Estados Unidos o surto cresceu porque a epidemia se desenvolveu em três cidades diferentes, e no Brasil se espera um comportamento da epidemia parecido com o que aconteceu nos Estados Unidos, ou pior”.

Com informações do UOL

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