Cidades

Defesa de suspeito do assassinato de Bruna Tadim aponta falhas do MP

A crítica se refere à condução do processo em que o jovem é acusado de estuprar outra garota

A defesa do adolescente M.B.S., 18 anos, principal suspeito pelo desaparecimento e assassinato da menor Bruna Tadim de Souza, 16, aponta falhas do Ministério Público Estadual.

O advogado do acusado, Cesar Aparecido Samsoniuk, diz que houve erros por parte da promotoria da Vara da Infância e da Juventude de Guarulhos na condução do processo em que o jovem é acusado de estuprar outra garota.

Em reportagem anterior, o pai da vítima, a menor K.B., 16, contou ao Guarulhos Hoje que no dia 6 de dezembro a garota foi forçada a entrar em matagal da região do Parque Cecap, onde foi abusada sexualmente, além de sofrer agressões físicas e ter sido obrigada a fazer uso de drogas. O pai menciona que encontrou a filha assustada, com as roupas sujas e machucada.

Samsoniuk alega que, na ocasião, após o registro do Boletim de Ocorrência no 7º Distrito Policial, a promotoria arquivou o caso. "No entanto, depois da repercussão do desaparecimento da Bruna e a informação da possível relação com M.B.S., a promotora reabriu o caso e solicitou a internação do jovem na Fundação Casa. Por que só agora a promotoria vê o crime? O Estado errou!", diz o advogado.

Para a defesa, o MP não deveria ter encaminhado o adolescente à internação. Ao advogado, M.B.S. afirma não ter estuprado K.B. e diz que mantinha uma relação recente com a garota, com a qual teria tido relações sexuais consensuais.

Além disso, Samsoniuk aponta que a menina mentiu e diversos pontos de seu depoimento, como na informação de que nunca havia tido relações sexuais e de que o rapaz é quem a procurava.

"A quebra de sigilo vai mostrar que a menor entrava em contato com M.B.S. frequentemente e os exames comprovarão se houve estupro e se a menor já havia mantido relações sexuais antes", afirma.
A reportagem não conseguiu contato com a família da garota.

Promotoria diz que não se manifestará

Procurada pelo Guaruhos Hoje, a assessoria de imprensa do MP Estadual informou que a promotoria não irá se manifestar, uma vez que qualquer caso da Vara da Infância e da Juventude é sigiloso, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Apesar dos argumentos, a defesa admite que o depoimento de K.B., que diz que foi amarrada por M.B.S., condiz com o modo como o corpo de Bruna foi encontrado, com a boca amordaçada e os punhos e tornozelos amarrados.

A primeira audiência sobre o caso de K.B. está marcada para o próximo dia 9, na Vara da Infância e da Juventude. Até lá, como mencionado em reportagem anterior, o delegado da Delegacia de Homicídios de Guarulhos, Dr. Wagner Terribilli, espera já ter os laudos da necropsia de Bruna, para que estes sejam anexados ao processo. Ele prefere não se manifestar sobre o caso antes dos resultados.

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