O déficit primário de R$ 23,468 bilhões do setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras) em fevereiro foi o pior da série histórica para o mês, segundo divulgação realizada nesta sexta-feira, 31, pelo Banco Central. Em entrevista coletiva à imprensa, o chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, avaliou que, apesar desta marca negativa, o número ficou bastante próximo do resultado de fevereiro do ano passado, quando atingiu R$ 23,040 bilhões.
“A diferença é pequena e, para todos os fins de análise macroeconômica, há uma estabilidade no resultado primário de fevereiro ante o ano passado”, afirmou Rocha.
Ele destacou que o déficit do Governo Central piorou em fevereiro, enquanto o superávit dos governos regionais foi maior. Mesmo assim, o déficit do governo federal decorre do aprofundamento do déficit da Previdência, enquanto o resultado do Tesouro Nacional (mais Banco Central) foi melhor. “Isso reflete o esforço de consolidação fiscal, enquanto o déficit do INSS de fevereiro foi o pior da história para qualquer mês”, acrescentou, citando a série histórica iniciada em 2001.
“Ou seja, déficit do setor público consolidado está estável, e mostra o Governo Central com menor déficit e os governos regionais com melhor superávit, enquanto as contas do INSS continuam a se deteriorar”, resumiu o representante do BC.
Conta de juros
Rocha destacou também que a redução da conta de juros em fevereiro para R$ 30,776 bilhões decorre basicamente do menor número de dias no mês. “E com um estoque de swap menor, a conta de juros neste ano será menos volátil que a vista em 2015 e 2016”, acrescentou.
Rocha ressaltou a redução da conta de juros no primeiro bimestre de 2017, de R$ 67,189 bilhões em comparação com R$ 86,006 bilhões no mesmo período do ano passado.
Ele destacou também que o superávit primário de R$ 13,244 bilhões no bimestre foi o melhor desde 2015 para o período.