Cidades

Definição do traçado do Rodoanel mexe com população atingida

Moradores do Jardim dos Cardosos e da Vila União se mostram apreensivos com a falta de informações oficiais sobre a definição do traçado do Trecho Norte do Rodoanel que passa pelo município.

É o que constatou o Guarulhos Hoje em visita na sexta-feira aos dois bairros que estão inseridos na Área de Proteção Ambiental do município (APA) e que devem receber as instalações do equipamento. Desapropriações ainda não confirmadas já provocam redução das vendas no comércio local de aproximadamente 50%.

Diante da indefinição sobre o trajeto do Trecho Norte do Rodoanel e possível desapropriação da área, o segurança Ricardo da Silva, 47 anos, declara que, por medida preventiva, paralisou a obra que estava executando em sua residência na estrada das Furnas, Vila União. A Reportagem constatou que no local existem demarcações que, segundo Silva, foram realizadas por funcionários do Estado para a construção do equipamento.

De acordo com o manobrista David Goutier, 24, será realizada uma reunião em 9 de dezembro, na Universidade Guarulhos (UNG) para orientar a população local sobre os procedimentos adotados pelo Estado. Ele afirma que os imóveis não possuem documentos legais para comprovação de propriedade. "Mesmo sem a escritura do imóvel, a Prefeitura nos envia regularmente a cobrança do Imposto sobre Propriedade Predial Territorial e Urbana (IPTU)", explica Goutier, morador da Vila União.

O GH procurou o Governo do Estado para esclarecimentos sobre a pauta da reunião no próximo mês, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

"Assim que moradores tiveram a ciência de que o trecho do Rodoanel seria construído nas ruas oito e dez, desistiram de continuar as construções e isso implicou na redução de vendas de materiais de construção em aproximadamente 50%. Essa é a minha única fonte de renda", reclama a empresária, Iracê da Silva, 51, do Jardim dos Cardosos.

Ela ainda destaca que a falta de informação sobre de quê forma será realizada a construção do empreendimento e possível ressarcimento no caso de desapropriações está deixando comerciantes e moradores apreensivos e sem condições de planejar ações de reorganização social.

Mesmo com a possibilidade de redução de imóveis na região, a corretora de imóveis Ivânia Santana, 25, acredita que a ação não deva interferir no progresso do bairro e tampouco na procura de residências na região. "Creio que esta obra deva valorizar os imóveis pela infraestrtura que o empreendimento pode proporcionar. Mas, até o momento, qualquer informação a respeito é mera especulação", declara Ivânia.


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