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Delator revela propina de R$ 50 milhões a conselheiros do TCE de Mato Grosso

O ex-chefe da Casa Civil do governo do Mato Grosso Pedro Nadaf disse em depoimento ao Ministério Público Estadual que o então governador Silval Barbosa (PMDB) contou a ele que pagou cerca de R$ 50 milhões em propina para conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Teriam recebido propina os conselheiros Sérgio Ricardo, José Carlos Novelli, Valter Albano, Antonio Joaquim e Waldir Teis.

Nadaf detalhou aos investigadores que Silval lhe disse que em 2013 foi procurado pelo conselheiro José Carlos Noveli. O então presidente da corte de contas teria oferecido ajuda no julgamentos de casos de interesse do governo no TCE em troca do pagamento de propina.

“Que segundo relatos de Silval, ele teria fechado um acordo de pagamento mensal de R$ 3,5 milhões a serem distribuídos a cinco conselheiros do TCE, em 14 parcelas”, diz Nadaf.

Trechos dos depoimentos de Nadaf foram revelados pelo site RDNews, de Mato Grosso, um dia depois do TCE arquivar uma investigação interna contra seis integrantes acusados de envolvimentos em fatos semelhantes aos narrados do ex-secretário. O ex-braço direito de Barbosa foi preso e investigado em diversas operações e está colaborando com a Justiça.

No depoimento, o ex-secretário explica ao MP que os valores pagos ao conselheiros saíram do esquema criminoso descoberto pela Operação Seven e de outros praticados durante o governo de Silval Barbosa. O peemedebista está preso e também negocia um acordo com o Ministério Público Federal.

Somente na operação Seven, o MP mapeou o desvio de R$ 7 milhões dos cofres públicos por uma organização criminosa formada pelo próprio Nadaf, o ex-governador Silval Barbosa, outros secretários e empresários do Estado. Eles adquiriram, segundo o MP, de forma fraudulenta e superfaturada uma área de 721 hectares para ser acrescida ao Parque Estadual Águas do Cuiabá.

O Tribunal de Contas de Mato Grosso reafirmou que recebeu denúncia no mês de outubro de 2016 e que iniciou a apuração dos fatos. “O TCE reafirma e destaca a total independência e lisura dos trabalhos de apuração realizados ao longo de seis meses pela Comissão responsável pela Instrução Sumária, que foram conduzidos por dois conselheiros substitutos e um procurador do Ministério Público de Contas”, diz em nota.

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