Esportes

Delegação do Brasil na Olimpíada poderá ter 400 atletas

A exatos dois anos da cerimônia de abertura, a cara da delegação brasileira para os Jogos Olímpicos de 2016 tomará forma nos próximos três semestres. Os principais Mundiais de esportes coletivos serão disputados em 2014 e, no ano que vem, todas as modalidades individuais terão os grandes campeonatos antes dos Jogos. O ano de 2015 marca também a realização dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, outro ponto importante de avaliação para o Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

A entidade tem monitorado a participação dos atletas nacionais em todas as competições de alto nível. A dois anos do início da Olimpíada do Rio, o COB garante estar acompanhando um grupo de 196 atletas de modalidades individuais, além das equipes de esportes coletivos. O Brasil tem 300 vagas garantidas para os Jogos, mas poderá contar com até 400 competidores. Por ora o País não deve garantir a participação da equipe de hóquei sobre grama feminino, já que o esporte tem participação incipiente por aqui.

No ano passado, o Brasil conquistou 27 medalhas em Campeonatos Mundiais, a melhor marca em um ano pós-olímpico. O número manteve a confiança do COB de que o Brasil poderá, pela primeira vez, aparecer entre os 10 melhores países de uma edição olímpica. Para isso, estimam que a delegação precisará, pelo menos, repetir essa quantidade de pódios. Em Londres/2012, o Brasil conquistou 17 medalhas.

“A meta do COB é ficar entre os 10 primeiros países no quadro total de medalhas. É uma meta ousada, porém factível, dentro da realidade que podemos atingir. Para isso estamos trabalhando intensamente com as Confederações para proporcionar aos atletas e equipes todas as condições de preparação e treinamento”, garantiu o presidente Carlos Arthur Nuzman.

Esportes que não contribuíram na última campanha estão, assim, “intimados” a melhorar a sua participação.
Zerado em Londres, o atletismo diz que o COB espera que a modalidade contribua com “duas ou três medalhas” no Rio, segundo Antônio Carlos Gomes, superintendente de alto rendimento da Confederação Brasileira (CBAt). Vôlei, judô, vela, natação e futebol são algumas modalidades em que o Brasil têm garantido, nas últimas edições, um lugar no pódio.

NOVA GERAÇÃO – O COB também conta com uma boa participação da equipe que disputará os Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanquim (China). A delegação embarcou para o período de aclimatação no Japão e em Macau na madrugada desta segunda. A segunda edição do torneio que reúne atletas entre 15 e 18 anos é responsável por colocar em nível competitivo “novos” olímpicos. E o COB já espera ter muitos deles em 2016.

Entre os 97 atletas que competem entre os dias 16 e 28, estão nomes como o nadador Matheus Santana, recordista mundial júnior dos 100 metros livre. A ginástica artística terá Flávia Saraiva, uma das apostas da modalidade para 2016. E o vôlei de praia terá a dupla Arthur e George, que no último domingo conquistou o título mundial sub-19.

PRESSÃO – A Copa do Mundo mostrou que, no âmbito esportivo, o país anfitrião de um grande evento não colhe apenas benefícios, como o apoio dos torcedores. A pressão exercida sobre os atletas da casa e a maneira de lidar com ela são fatores que serão contemplados na preparação psicológica brasileira.

Marcus Vinícius Freire, superintendente executivo de Esportes do COB, salienta que o Brasil terá facilidades para colocar os psicólogos em contato com os atletas – 14 ou 15 deverão trabalhar nos Jogos. Esses profissionais não vão depender de credenciais para não-atletas, cujo número é limitado, o que restringia o alcance do apoio psicológico em edições anteriores dos Jogos Olímpicos.

Alguns atletas brasileiros, mesmo os mais calejados em grandes competições, já se preocupam com a atmosfera que irão encontrar durante os Jogos. É o caso de Arthur Zanetti, campeão olímpico nas argolas na Olimpíada de Londres. Na opinião do ginasta, a participação prévia em competições de alto nível em casa pode contribuir para uma adaptação mais rápida. “Muitos atletas brasileiros não estão habituados a competir em casa. Esse é um fator que acaba interferindo bastante. Isso me deixa um pouco ansioso. A Confederação Brasileira de Ginástica vai tentar trazer etapas da Copa do Mundo para o Brasil e acho que isso pode nos ajudar a nos acostumar com a pressão”.

Fabiana Murer, que teve a experiência de disputar – e vencer – o Pan de 2007, no Rio, destaca que a torcida a ajudou. “Existia a minha vontade de querer vencer e eu estava bem nervosa. A torcida me ajudou muito, e eu estava bem preparada”.

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