O cenário para os preços de alimentos em 2018 seguiu benigno, conforme mostram os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril, divulgados mais cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice ficou em 0,22% em abril, mas o grupo Alimentação e Bebidas teve alta de 0,09%. Isso num mês acostumado a ver variações mais expressivas. A alta de 0,09% do mês passado foi a menor para meses de abril desde 2007, quando foi de 0,03%. Em abril do ano passado esses preços haviam subido 0,58% e, em abril de 2016, 1,09%.
Diante das revisões para cima nas estimativas para a safra de grãos deste ano, o cenário para preços de alimentos em 2018 tende a ser “semelhante ao do ano passado”, disse Fernando Gonçalves, gerente de Índice de Preços ao Consumidor do IBGE. O subgrupo “alimentação no domicílio” avançou 0,27% no mês passado, mas ainda acumula deflação de 4,68% nos 12 meses encerrados em abril.
Dessa forma, a pequena variação nos preços da alimentação foi garantida pelos gastos com bares e restaurantes. O subgrupo “alimentação fora de casa” registrou deflação de 0,22% em abril no IPCA. Segundo Gonçalves, a demanda fraca explica essa deflação. Provavelmente, bares e restaurantes fizeram ofertas ou realinharam seus preços “para não perder clientes”, disse o pesquisador.
A deflação nos cardápios é um exemplo do que vem ocorrendo com os preços de serviços de maneira geral. Afetados pela demanda fraca, os preços dos serviços avançaram apenas 0,03% no IPCA de abril. No acumulado em 12 meses, ficaram em 3,46%.