A demanda doméstica por produtos químicos apresentou queda no 1º quadrimestre de 2015. O consumo aparente nacional recuou 0,9% comparado a igual período de 2014, de acordo com levantamento preliminar da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Ainda conforme dados do Relatório de Acompanhamento Conjuntural (RAC), as importações caíram 11,2% e as vendas ao mercado interno de produtos fabricados no Brasil foram 1,77% menores que em igual intervalo do ano passado. Na ponta oposta, as exportações cresceram 17% em volume no período. Grande parte desse comportamento está associada à redução da atividade econômica federal, de acordo com a Abiquim.
Para a diretora de Economia e Estatística da associação, Fátima Coviello Ferreira, a possível substituição de produtos químicos por importados acabados tem sido fator de preocupação para o setor. “Alguns clientes dessas cadeias estão tendo muita dificuldade de comercialização e alguns, inclusive, estão com estoques elevados e planejando férias coletivas, em um período totalmente atípico, em que geralmente se concentra o maior volume de vendas e produção do ano”, afirma, por meio de nota. Para ela, o cenário de curto prazo é de precaução e incertezas, mas ressalta que a indústria química deve trabalhar com uma visão de longo prazo.
Na comparação dos últimos 12 meses, de maio de 2014 a abril de 2015, sobre os 12 meses imediatamente anteriores, os índices de produção e de vendas internas tiveram queda de 1,59% e 3,99%, respectivamente.
Ainda segundo a Abiquim, a variação nominal de preços acumulada de 12 meses é de +1,90%. Descontados os efeitos da inflação (IPA-FGV), os preços médios reais do segmento de produtos químicos de uso industrial caíram 3,1% no acumulado dos últimos 12 meses encerrados em abril. Tendo o dólar como deflator, os preços reais estão 23,9% abaixo dos últimos 12 meses.