A demanda por transporte aéreo de cargas em todo o mundo em setembro foi 8% menor que a observada no mesmo mês de 2019, o que indica uma recuperação ante agosto, quando a queda chegou a 12,1%, de acordo com a Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata). Entretanto, a capacidade do segmento caiu 25,2% no mesmo mês, o que indica uma "severa falta de capacidade" no mercado.
A América Latina, que responde por 2,8% da movimentação global de cargas por via aérea, teve queda de 22,5% na demanda e de 36,5% na capacidade em setembro, os piores indicadores em ambos os casos.
Os melhores números foram vistos na América do Norte, responsável por 24,3% do mercado. Na região, a demanda subiu 8,6%, e a capacidade recuou 15%.
Também tiveram contrações acima da média na demanda a região da Ásia e do Pacífico (-15,9%) e a Europa (-15,4%), enquanto as capacidades caíram 29,2% e 31,8% nas regiões, respectivamente.
A Iata relata ainda que as empresas da América do Norte e da África reportaram aumentos de 1,5% e de 9,7% na demanda por transporte aéreo de cargas em base anual. Em todas as outras regiões, persistiram as quedas.
Segundo a Iata, a melhoria sequencial nos números está relacionada ao aumento das exportações medido pelo índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) mundial, que atingiu marca acima de 50, que indica expansão da atividade, pela primeira vez desde meados de 2018.
A melhoria também está alinhada à projeção da Organização Mundial do Comércio (OMC) de que o comércio internacional cairá 9,2% neste ano. A estimativa anterior era de queda de 12,9%.
"Os volumes do transporte de cargas estão em queda ante 2019, mas estão a um modo de distância das extremas dificuldades do transporte de passageiros", comenta Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da Iata. "Para o tráfego de cargas, 92% do negócio ainda existe, enquanto cerca de 90% da tráfego de passageiros desapareceu."
A expectativa de Juniac é de que o comércio de final de ano ajude a sustentar a recuperação da demanda, mas de que a capacidade continue a ser um desafio. "Com as empresas ajustando a malha para refletir a queda da demanda de passageiros com a volta da covid-19, uma valiosa capacidade nos porões dos aviões será perdida quando for mais necessária", afirma.