O Partido Democrata dos Estados Unidos passa no momento por uma crescente briga interna em torno de dados de eleitores vistos como cruciais para aumentar o comparecimento às urnas à medida que se aproximam as eleições presidenciais de 2020, apontam correspondências vistas pelo Wall Street Journal.
A legenda enfrenta dificuldades para se equiparar aos esforços dos republicanos para coletar e armazenar dados de eleitores que permitem a políticos direcionar com precisão a sua comunicação com o eleitorado. Uma rixa entre o Comitê Nacional Democrático (DNC, na sigla em inglês) e os diretórios estaduais do partido sobre como lidar com esse processo está ameaçando a unidade partidária ao passo que o período de primárias se aproxima e os candidatos se voltam a listas de eleitores para tentar amealhar apoio.
Sob a atual configuração, diretórios estaduais coletam os dados e o DNC cobre os custos de organizar e analisá-los.
Os democratas querem robustecer os conjuntos de dados, acrescentando informações como endereços de e-mail, contas em mídias sociais e números de celular. O DNC propôs imitar o projeto de dados do Comitê Nacional Republicano (RNC), criando uma célula separada para armazenar a informação e licenciá-la a todos os membros do partido e aliados, incluindo grandes financiadores e outros grupos externos.
Mas, em um e-mail na sexta-feira, o presidente da Associação dos Comitês Estaduais Democratas, Ken Martin, sugeriu rejeitar o plano do diretório nacional, propondo aos seus correligionários na esfera dos Estados que isolem totalmente o DNC e trabalhem com a TargetSmart, uma empresa privada com quem já têm uma relação financeira existente. A companhia paga uma comissão aos diretórios estaduais toda vez que eles licenciam os dados brutos de eleitores a outros clientes.
O presidente do DNC, Tom Perez, respondeu ontem em um longo e-mail aos presidentes estaduais e diretores executivos, soando o alarme contra a alternativa de Martin. “Por alguma razão inexplicável, essa proposta rasgaria tudo sobre a nossa atual estrutura de dados, revertendo tanta coisa do progresso que fizemos ao longo da última década”, escreveu Perez. “Em resumo, estamos perplexos e incrédulos por essa proposta.”