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Denúncia do MP contra Ary Graça cita furto qualificado e ocultação de bens

Presidente da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) e ex-presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), Ary Graça da Silva Filho foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) pelos crimes de organização criminosa, furto qualificado e ocultação de bens. Endereços ligados ao cartola do vôlei no Rio, e as sedes da CBV na capital fluminense e em Saquarema, na Região dos Lagos, foram alvos de mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira, 20. A denúncia do MPRJ é datada do final de outubro do ano passado.

Ary Graça mora atualmente em Lausanne, na Suíça. Por meio de sua assessoria, ele informou que "recebeu com surpresa" a operação. Acrescentou ainda que acionou seu advogado "para tomar ações imediatas no sentido de contestar as alegações, as mesmas feitas no passado e que agora voltam à tona."

Entre as acusações que ele responde, há contratos firmados com empresas que não teriam fornecido os serviços pagos pela CBV, emissão de notas fiscais sequenciais e antecipação irregular de pagamentos. Os valores utilizados eram oriundos do patrocínio do Banco do Brasil à CBV.

As empresas envolvidas tinham como sócios Fábio André Dias Azevedo e Marcos Antônio Pina Barbosa, à época superintendentes da CBV e, portanto, funcionários de Ary Graça. Eles também foram denunciados – o Estadão não conseguiu localizar suas defesas.

A denúncia também cita quatro imóveis pertencentes a Ary Graça cujos valores declarados seriam inferiores aos praticados nos momentos de compra. A discrepância foi identificada após os investigadores conseguirem na Justiça a quebra do sigilo fiscal do dirigente. Foram constatadas diferenças entre os valores constantes nas Declarações de Operações Imobiliárias (DOI) e os da base cálculo para recolhimento do Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).

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