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Denúncia contra Temer domina debates na CCJ nesta tarde

O debate sobre a admissibilidade da denúncia contra o presidente Michel Temer está dominando as discussões da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara na tarde desta terça-feira, 4. Embora a pauta do dia não incluía o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), governo e oposição travam um embate sobre a validade das provas. Nenhum projeto da pauta entrou em discussão até o momento.

Enquanto a oposição cobrava do presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), o mesmo rito de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff na apreciação da denúncia, os governistas defendiam Temer e tentavam desqualificar as acusações. “O procurador não conseguiu nenhuma prova concreta e dispensou o empresário rumo ao exílio dourado”, disse o vice-líder do PMDB, Carlos Marun (MS), referindo-se ao delator Joesley Batista, da JBS. Marun chamou de “conspiração asquerosa” a tentativa de “derrubar” Temer.

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) chegou a ler trechos das transcrições das gravações de conversa entre Temer e Joesley e da denúncia da PGR. “Se isso não é elemento contundente de prova, eu já não sei mais o que é prova”, comentou.

Os oposicionistas ressaltaram que a denúncia é grave e contundente. “Não podemos deixar a sociedade frustrada, em que não se vá até o fim”, pregou Wadih Damous (PT-RJ). A oposição apresentou um requerimento pedindo as oitivas do presidente da República, do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, do executivo do Grupo J&F Ricardo Saud e Joesley Batista, entre outros.

Vice-líder do governo na Câmara, Darcísio Perondi (PMDB-RS), culpou o governo anterior pela atual crise econômica e disse que, se Temer recebeu Joesley, foi porque ele representava 200 mil empregados. “Nós recebemos todo mundo e a toda hora”, disse. Perondi chamou o empresário de “bandido e facínora”. “Essa Casa não pode votar isso”, emendou.

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