O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo pediu que as investigações sobre o envolvimento de um servidor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em denúncia de empresários sobre extorsão sejam remetidas para a Polícia Federal. A argumentação é de que o inquérito está sob responsabilidade da Polícia Civil de São Paulo, que, no entanto, não teria a atribuição de investigar crimes cometidos por servidores públicos federais e que cabe à Polícia Federal a apuração de casos desse tipo.
A procuradora-chefe substituta da Procuradoria da República em São Paulo Thaméa Danelon Valiengo determinou também a instauração de um procedimento no MPF para apuração do ato de improbidade administrativa.
Ontem o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, determinou a abertura de um processo de investigação interno para apurar a conduta do servidor do órgão Iuri Conrado Posse Ribeiro, preso pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil de São Paulo. Iuri Ribeiro foi preso em flagrante ao tentar extorquir uma empresa de geração de energia elétrica que atua na região norte do País. “A instituição tem muito a lamentar. É um caso que arranha a imagem da Aneel”, disse Rufino.
O servidor é concursado, trabalha na sede da Aneel em Brasília e é especialista em Regulação. O fiscal teria proposto aos donos da companhia a falsificação de metas de qualidade da Aneel, que, se atingidas, gerariam um bônus. Iuri teria cobrado R$ 4 milhões pelo golpe. Os donos da empresa denunciaram o caso à polícia e o servidor foi preso em flagrante no momento em que recebia uma mala com R$ 400 mil em notas falsificadas. (Colaborou Anne Warth)