Depois de uma quarta-feira de realização de lucros, a Bovespa abriu em alta nesta quinta-feira, 23, e oscila perto dos 69 mil pontos. A valorização dos contratos de petróleo na ICE e na Nymex, o sinal positivo dos índices acionários futuros em Nova York, a redução da Selic de 13% para 12,25% ao ano – ainda que dentro do consenso de mercado – e também o lucro da Vale pesam favoravelmente para esse desempenho. Como contraponto, estão a desvalorização do minério de ferro no mercado à vista chinês e também a volatilidade do dólar ante o real. Mais cedo a moeda brasileira chegou a ganhar força em relação à brasileira.
Às 10h40, o Ibovespa avançava 0,54% aos 68.956,94 pontos. Na máxima intraday, o indicador chegou a reverter toda perda de quarta (-0,67%) no fechamento ao marcar pontos 69.081,77 pontos (+0,71%). Uma pressão de baixa que faz o indicador oscilar aquém dos 69 mil pontos é a inversão de sinal nas ações da Vale, que passaram a exibir leve queda (ON -0,12% e PNA -0,15%) nos últimos minutos.
O lucro líquido de US$ 525 milhões da Vale segue como fator de alta para as ações da empresa nesta quinta-feira. Apesar de ter vindo abaixo da média das projeções de quatro instituições financeiras consultadas pelo Broadcast (Santander, Itaú BBA, Morgan Stanley, BTG Pactual), o resultado pode ser considerado bom. Isso porque o cálculo dos analistas não considerou ajustes contábeis. Se considerado o lucro líquido básico, que não considera essas efeitos, o lucro teria sido de US$ 2,717 bilhões. “O resultado da Vale pode ser bom para o papel pelo fato de a empresa ter revertido prejuízo e anunciado que vai distribuir proventos”, afirmou um profissional do mercado de ações.
Já a cena política não deve afetar o humor do investidor em ações, na avaliação desse operador, ainda que nesta quarta tenha sido deflagrada mais uma fase da operação Lava Jato e de o presidente Michel Temer ter perdido seu oitavo ministro em menos de nove meses de governo. Na quarta à noite, o tucano José Serra pediu exoneração do cargo de ministro das Relações Exteriores. Alegou problemas de saúde. Considerando que o ministério permanecerá com o PSDB, o nome mais cotado para a vaga é o do senador Aloysio Nunes Ferreira (SP). Além dele, são citados também os embaixadores Rubens Barbosa e Sérgio Amaral, ambos próximos a Serra.