Após os Jogos Olímpicos do Rio, as confederações esportivas tiveram de apertar os cintos e se virar com menos recursos. Até a Confederação Brasileira de Judô (CBJ), que mesmo sendo a segunda que mais recebe recursos da Lei Agnelo/Piva, atrás da de vôlei, e ainda conta com patrocinadores de grande porte, precisou diminuir gastos.
“Houve uma redução dos recursos e o judô sofre com a mesma situação das demais confederações. Mas, dentro daquilo que a gente planejou, já prevíamos que haveria uma queda. A gente só não imaginava que a queda fosse tão grande”, explica Ney Wilson, gestor de alto rendimento da CBJ.
Para o Mundial em Baku, a entidade optou por reduzir o tempo de permanência dos atletas no Azerbaijão. “A gente vai para o Mundial escalonado. São oito dias de competição. Levando-se em conta que um atleta precisa chegar lá um dia antes e sair um dia depois, se todos ficassem lá o tempo todo teríamos de pagar dez dias de hospedagem e alimentação. No entanto, o que estamos fazendo: o atleta termina de lutar e no dia seguinte vem embora. Só vai permanecer em Baku quem for lutar na competição por equipes.”
Ney Wilson avisa que essa atitude dá uma economia que gera receita para outra viagem de competição depois. Para o dirigente, o maior problema é a alta do dólar, porque tudo é pago na moeda estrangeira, seja estadia, alimentação ou passagem aérea. “Mesmo a gente mantendo o orçamento, já perdemos em torno de 20% no câmbio. Mas a gente tem tomado medidas que não prejudicam em nada o ranqueamento olímpico dos judocas”, diz.
O gesto da CBJ lembra que essas medidas foram passadas aos atletas e eles estão cientes dos cortes de gastos. “Não vai ter nenhum tipo de prejuízo para eles. O que for essencial vai estar lá com eles, como médico, nutricionista e outros profissionais. Estamos enxugando e reestruturando”, afirma o dirigente, que preferiu não colocar uma meta de medalhas na participação brasileira no Mundial.
“Ainda é cedo para estabelecer metas porque alguns atletas estão estreando em Mundiais, são jovens. Isso não é só o Brasil. A França vai com equipe bem renovada. A partir desse Mundial, vamos ter uma visão melhor para poder estabelecer essas metas. O que a gente pode dizer é que a equipe está muito bem preparada.”