Depois de três meses consecutivos de saldos minguados, a caderneta de poupança mostrou uma leve recuperação ao registrar captação líquida positiva de R$ 2,534 bilhões em novembro. No acumulado do ano até o mês passado, a captação líquida da poupança nestes onze meses está em R$ 18,605 bilhões. O saldo é 69% menor do que o verificado em idêntico período de 2013, quando somou R$ 59,845 bilhões.
Em agosto, a captação de recursos dessa aplicação foi de R$ 518 milhões; em setembro, de R$ R$ 1,370 bilhão, e, em outubro, de R$ 540 milhões. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 04, pelo Banco Central. Em idêntico mês do ano passado, a captação foi positiva em R$ 6,4 bilhões, o maior valor para o mês da série histórica iniciada em 1995. Já o pior novembro registrado pelo BC foi em 1995, quando houve um total de retiradas US$ 591 milhões maior do que de depósitos. Desde 2011, no entanto, não se via um resultado tão baixo para o mês quanto o revelado hoje pelo BC. Na ocasião, o saldo ficou positivo em apenas R$ 30,7 milhões.
Como visto nos meses anteriores também, por pouco, o saldo da caderneta não ficou negativo em novembro. Apenas no último dia útil do mês (28), os ingressos foram maiores do que as retiradas de recursos em R$ 5,001 bilhões, o que ajudou a reverter o resultado acumulado até então. Até o dia 27, o saldo revelava que os saques superavam as aplicações em R$ 2,467 bilhões. É comum haver concentração dos investimentos na caderneta no último dia útil de cada mês, com a aplicação das sobras dos salários dos poupadores.
Os depósitos no mês passado somaram pouco mais de R$ 139,269 bilhões, enquanto os saques totalizaram pouco mais de R$ 136,735 bilhões. Incluindo pouco mais de R$ 3,689 bilhões de rendimentos, o saldo total da poupança chegou a R$ 653,727 bilhões em novembro.
Apesar de ter mostrado enfraquecimento no segundo semestre, a aplicação ainda segue como importante investimento entre os brasileiros. Desde maio de 2012, há mudanças nas regras de remuneração da aplicação. Pela nova forma, sempre que a taxa básica de juros, a Selic, for igual ou menor que 8,5% ao ano o rendimento passa a ser 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR). Atualmente, a taxa básica está em 11,75% ao ano. Quando o juro sobe a partir de 8,75% ao ano passa a valer a regra antiga de remuneração fixa de 0,5% ao mês mais TR.