A forte depreciação do euro ante o dólar começa a ter impacto na atividade industrial da zona do euro. Em março, quando a desvalorização se deu de forma acentuada, as exportações do bloco cresceram no ritmo mais acelerado desde abril de 2014, o que contribuiu para que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria subisse a 52,2, o maior nível em 10 meses.
A avaliação é da Markit Economics, responsável pela divulgação dos dados. “As companhias informaram que a queda da moeda foi o principal fator para o aumento das encomendas e das exportações”, diz o documento. Ao comentar o resultado, o economista-chefe da Markit, Chris Williamson, lembrou que, além de impulsionar os embarques, a depreciação torna os produtos importados concorrentes mais caros.
Entre os países, o destaque ficou por conta da Alemanha. O PMI industrial da maior economia do continente avançou para 52,8 em março, o maior patamar em 11 meses. O índice da Itália também atingiu seu nível mais alto em 11 meses, a 53,3. Os relatórios de ambos os países destacam a depreciação da moeda como acelerador da atividade, também por meio de uma maior demanda do mercado externo. A mesma avaliação é feita na Espanha, onde o PMI subiu a 54,3.
No último dia útil de fevereiro, o euro era negociada a US$ 1,1188. No fim da tarde de ontem, a moeda era cotada a US$ 1,0740, após ter operado ligeiramente abaixo de US$ 1,0500 ao longo de março, seu menor nível desde janeiro de 2003. Às 5h48, o euro caía para US$ 1,0719, na mínima do dia.