A casa da deputada federal Franciane Bayer (Republicanos-RS) ficou inundada pela água por causa das enchentes que assolam o Rio Grande do Sul desde a semana passada. A parlamentar, que está no Estado desde o início da tragédia climática, e familiares dela precisaram ser resgatados de barco em Porto Alegre nesta segunda-feira, 6.
Na última sexta-feira, 3, Franciane Bayer deixou a sua casa em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, após erguer os seus móveis para tentar evitar prejuízos causados pela inundação, que já era anunciada pela Defesa Civil do Estado. Ela estava acompanhada do marido, dos filhos e de animais de estimação.
No sábado, 4, a deputada descobriu, por uma foto enviada por um vizinho, que a enchente havia alcançado o telhado da residência. "A perspectiva não é positiva, porque, por mais que eu tenha levantado todas as coisas, a água deve ter pegado em tudo e a gente não sabe o que vai conseguir recuperar", disse Franciane Bayer ao Estadão.
Após deixar a casa em Canoas, procurou abrigo na residência da mãe dela em Porto Alegre, onde ficou sem luz, água e sinal de internet. Com o aumento das enchentes na capital gaúcha, a deputada foi resgatada com a família por um barco e teve que encontrar outro lugar para se proteger no início desta semana.
"Não tinha como sair do condomínio nem de carro nem a pé. Então, a gente começou a solicitar as equipes de apoio e saímos do condomínio em um barco de um barqueiro voluntário. A gente ficou das 7h às 16h esperando um barco, porque a prioridade era resgatar as pessoas acamadas e com mais necessidades", contou.
Nesta terça-feira, 7, Franciane publicou nas suas redes sociais um vídeo onde mostrou detalhes do resgate. Ao <b>Estadão</b>, ela explicou que a casa da mãe, que fica em um condomínio da capital gaúcha, não foi atingida pela água da enchente, mas sim o entorno.
Nesta quinta-feira, 9, a parlamentar publicou uma foto em uma rede social que mostra o nível de água na casa dela mais baixo. "Água baixando", escreveu.
A deputada do Republicanos ainda está no Rio Grande do Sul, mas no município de Tramandaí, no litoral gaúcho, que é considerado um local mais seguro. No último domingo, 5, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), pediu aos moradores com casas na região costeira do Estado que deixassem a capital e fossem para o local, para evitar que o município entrasse em colapso.
Franciane Bayer fez um pedido ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para permanecer no Rio Grande do Sul até o dia 30 de maio, realizando as atividades legislativas de forma remota. "Além de toda pauta gaúcha, eu tenho a minha casa e a da minha família também para trabalhar e resolver algumas questões pessoais", afirmou. A parlamentar disse que ainda não recebeu um retorno de Lira.
O presidente da Câmara permitiu que a bancada gaúcha trabalhe remotamente até o fim da semana que vem. Segundo a assessoria da Casa, o prazo deve ser estendido pelo fato de o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, estar fechado até o dia 30.
Franciane Bayer tem 36 anos e está no primeiro mandato de deputada federal. Ela foi eleita em 2022 com 40.555 votos, a menos votada entre os políticos gaúchos que conseguiram uma cadeira na Câmara. Ela foi deputada estadual entre 2019 e 2022.
A maior tragédia climática do Rio Grande do Sul já deixou ao menos 107 mortos e 136 desaparecidos. Em todo o Estado, há cerca de 165 mil desalojados e 67 mil pessoas em abrigos públicos. Segundo a Defesa Civil estadual, 425 dos 497 municípios gaúchos foram afetados pelos temporais.
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