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Deputados da CPI da Petrobras vão pedir fim de sigilo das investigações da Kroll

Membros da CPI da Petrobras reagiram com insatisfação à informação de que a empresa de espionagem Kroll foi orientada a priorizar as investigações sobre o lobista Júlio Camargo. O delator da Operação Lava Jato acusa o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de ter pedido propina de US$ 5 milhões no esquema de corrupção da estatal. Agora, os deputados da CPI pedirão o fim do sigilo das investigações conduzidas pela consultoria.

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) condenou a investigação “seletiva” na comissão e a omissão dos nomes que são alvos do rastreamento da Kroll. “Há uma tentativa de desmoralizar a Lava Jato para que tudo seja considerado nulo e eles saíam como se nada estivesse acontecendo no País”, declarou. Delgado classificou como “abuso de poder” a manutenção do sigilo sobre os nomes investigados e disse que vai pedir a divulgação no retorno do recesso.

O sub-relator da CPI, deputado Altineu Côrtes (PR-RJ), contou que foi convencido pelos representantes da Kroll que tecnicamente o sigilo era importante para o andamento do rastreamento, mas que agora vai defender o fim do sigilo. “Sou favorável a dar publicidade a tudo”, afirmou.

Os aliados de Cunha querem receber as informações sobre Camargo até o fim de agosto. A intenção, segundo integrantes da CPI, é apontar contradições na delação premiada e desqualificar o depoimento do lobista mostrando evidências de que ele não contou toda a verdade e, portanto, descumpriu o acordo firmado com as autoridades.

Altineu, que se apresenta como adversário político de Cunha no Rio de Janeiro, disse não ter “compromisso” com o presidente da Câmara e defendeu que a CPI faça uma investigação aprofundada do esquema de corrupção na Petrobras e seus tentáculos. O deputado acredita que mesmo que haja uma tentativa de derrubar as delações premiadas, juridicamente o conteúdo dos depoimentos não será ignorado caso se comprove que algum delator escondeu da Justiça mais dinheiro no exterior desviado da estatal. “O que ele delatou não fica nulo. Não é possível que isso (o conteúdo da delação) deixe de ser considerado”, disse.

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