Economia

Desaceleração generalizada deve fazer IPC-S encerrar julho em 0,50%, diz FGV

A desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) veio em linha com o esperado pelo coordenador do indicador, Paulo Picchetti, e corrobora a perspectiva de que a taxa recue ainda mais na próxima leitura. “Há uma tendência de desaceleração generalizada e isso deve fazer o IPC-S encerrar julho em 0,50%. A projeção está mantida”, afirmou nesta quinta-feira, 23, ao comentar o resultado da terceira quadrissemana do mês, quando o indicador desacelerou para 0,61%, ante 0,72% na leitura anterior, conforme divulgou a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Picchetti destaca que o movimento de arrefecimento nas taxas do IPC-S é uma boa notícia, mas “em termos relativos”, pois é preciso considerar o fato de julho normalmente ser o mês de menor inflação no ano, havendo, em alguns casos, inclusive deflação. “Em termos absolutos, o nível de inflação atual não é confortável”, afirmou. O mesmo vale para o recuo no coeficiente de difusão, que passou de 77,65% na segundo leitura de julho para 73,82% na terceira quadrissemana do mês.

Segundo o coordenador do IPC-S, as frutas, que vinham pressionando a inflação, apresentaram desaceleração generalizada e contribuíram para a desaceleração do IPC-S. O mesmo ocorreu com hortaliças e legumes. “Temos recuos importantes, como em cebola e batata. A única e grande exceção é o tomate, que, na ponta, volta a mostrar variação positiva”, disse. Entre a segunda e a terceira quadrissemana de julho, o tomate abrandou o movimento de deflação, passando de queda de 16,76% para retração de 10,61%. Energia elétrica é o outro item que, segundo Picchetti, deve pressionar as próximas leituras do IPC-S.

“Do outro lado, anulando esses efeitos de alta, estão taxa de água e esgoto e jogo lotérico”, pontuou. De acordo com o coordenador do índice, os efeitos dos reajustes nos jogos de azar deve se dissipar completamente até o fim do mês. “Na ponta (última leitura), a variação já está em zero”, revelou.

Com reflexos mais claros dos ajustes fiscal e monetário, o segundo semestre representará um momento mais favorável para a inflação, estima. “Principalmente em serviços, que vem pressionando muito e, agora, está começando a observar uma desaceleração mais significativa”, afirmou, ressaltando a deterioração do mercado de trabalho, com aumento do desemprego e encolhimento da renda real. Além disso, os preços de produtos industrializados também devem arrefecer, porque são sensíveis ao nível de atividade e às condições de financiamento, pontuou Picchetti.

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