O Banco Central avalia que os desafios para a retomada da atividade econômica brasileira permanecem. Os diretores do BC projetam uma recuperação gradual ao longo de 2017, de acordo com a ata da mais recentes reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na manhã desta quinta-feira, 2. Segundo o documento, todos os membros do colegiado concordaram que há sinais mistos, mas compatíveis com estabilização da economia no curto prazo. A avaliação é de que os riscos parecem mais equilibrados do que nos últimos meses de 2016.
“A economia segue operando com alto nível de ociosidade, refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego”, avaliam os integrantes do Copom. Para o BC, a inflação no Brasil apresenta dinâmica favorável, com sinais de menor persistência no processo inflacionário.
Na avaliação do BC, o processo de desinflação é mais difundido e indica desinflação nos componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária. Isso aumenta a confiança na sua continuidade, de acordo com ata. As expectativas de inflação apuradas pela pesquisa Focus para 2017 recuaram para em torno de 4,4% e as expectativas para 2018 e horizontes mais distantes permanecem ancoradas, em torno de 4,5%.
Em relação ao cenário externo, os membros do Copom destacaram a continuidade das incertezas associadas a possíveis mudanças na política econômica nos Estados Unidos e aos rumos da economia chinesa. Para o Copom, a economia brasileira apresenta hoje uma maior capacidade de absorver eventual revés no cenário internacional devido ao progresso no processo desinflacionário e na ancoragem das expectativas.
A ata destaca ainda que, até o momento, a atividade econômica global mais forte e o consequente impacto positivo nos preços de commodities têm mitigado os efeitos sobre a economia brasileira de “revisões” de política econômica em algumas economias centrais, como nos Estados Unidos. Há, também, incerteza sobre os rumos da economia chinesa, alerta o BC.