O Brasil alcançou um recorde de 5,866 milhões de pessoas em situação de desalento no terceiro trimestre, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado significa uma alta de 24,7% em um ano, sobre o terceiro trimestre de 2019. São 1,163 milhão de pessoas a mais nessa situação no período. Ante o segundo trimestre, a alta foi de 3,2%, com 183 mil pessoas a mais no contingente de desalentados.
A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.
No total, a força de trabalho potencial somou 12,877 milhões de trabalhadores no terceiro trimestre. É uma alta de 63,1% ante igual período de 2019. Em um ano, 4,982 milhões de brasileiros entraram na força de trabalho potencial, indicando que boa parte das pessoas que perderam seus trabalhos, formais ou informais, por causa da crise da covid-19, provavelmente desistiram de procurar emprego e foram para fora da força de trabalho.
Com isso, o contingente de brasileiros fora da força de trabalho somou 78,565 milhões, maior nível da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012. É uma contrapartida à redução da população ocupada ao seu menor nível, com 82,464 milhões de trabalhadores. Com isso, a o nível de ocupação foi de 47,1% do total da população em idade de trabalhar (com 14 anos ou mais), também o menor da série histórica.