Moradores da comunidade São Rafael, localizada no bairro de mesmo nome, fizeram na manhã desta quarta-feira (8) uma manifestação que durou cerca de 4 horas e percorreu as ruas da cidade por mais de 14 quilômetros. A comunidade passa por um processo de reintegração de posse acionado pela EDP Bandeirante. Os ocupantes, além de permanecerem em um terreno privado, correm riscos por terem montado suas residências sob torres de distribuição de energia elétrica.
O processo corre na Justiça desde 2009. Na época a EDP Bandeirante registrou 30 famílias e uma empresa que deveriam ser retiradas do local. Atualmente, segundo a associação Ame São Rafael, responsável pelas negociações, 400 famílias estão abrigadas no local e precisam ser realocadas durante a reintegração.
Os moradores receberam uma ordem de despejo que teve início em de 22 de agosto. Caminhões de mudança foram disponibilizados para que a saída voluntária aconteça. Porém moradores contam que estão sendo retirados sem aviso. “Eles chegam lá falando que só vão retirar as madeiras e deixar nossos móveis, mas nós não temos para onde ir, estamos nos abrigando na casa de amigos e parentes para não ficar na rua”, contou uma moradora que não quis se identificar.
A manifestação desta quarta-feira, que pedia o adiamento da reintegração de posse, teve início às 9h na rodovia Fernão Dias e terminou por volta das 13h, no Paço Municipal. Cerca de 60 pessoas, munidas com panelas, apitos e tambores, foram escoltadas pela polícia durante todo o trajeto que passou pelas avenidas Emilio Ribas e Tiradentes. Os manifestantes encontraram os portões da Prefeitura fechados.
Depois de alguns minutos pedindo para serem atendidos pelo prefeito Sebastião Almeida (PT), os representantes da Ame foram atendidos por representantes do Governo Municipal. Almeida não estaria no local no momento da manifestação.
Foi apresentada na reunião a proposta de um terreno que seria oferecido pela Prefeitura onde a ONG TETO pudesse construir casas para as famílias, até que o problema da habitação seja resolvido.
Os moradores aguardam até quinta-feira (10) por uma posição oficial da Prefeitura. O presidente da Ame, Gilson Sousa Santos, disse ao GuarulhosWeb, que não haverá manifestação até que a posição seja apresentada.