Estadão

Descoladas do exterior, taxas futuras de juros sobem com desconforto no quadro fiscal

As taxas de juros negociadas no mercado futuro operam nesta quarta-feira, 12, totalmente descoladas do mercado externo, onde se vê queda dos retornos dos Treasuries e enfraquecimento do dólar ante a maior parte das divisas pelo mundo – à exceção do real.

O movimento de alta das taxas no Brasil é atribuído essencialmente ao cenário doméstico, com o aumento das especulações acerca da derrota do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na MP do PIS/Cofins.

Os rumores de isolamento do ministro se somam às preocupações com o quadro fiscal, na ausência de alternativas à necessidade de receitas do governo para cumprir as metas.

"O governo enfrenta uma crise se credibilidade, que deve se refletir em piora dos índices de confiança. Além disso, há uma inflação acima do que se estimava inicialmente e a incerteza quanto à autonomia do Banco Central a partir do ano que vem", disse o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Junior.

Às 11h30, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) tinha taxa de 10,690%, ante 10,632% do ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2026 projetava 11,28%, contra 11,19%. A taxa do DI para janeiro de 2027 estava em 11,66%, de 11,50%. E a taxa de janeiro de 2029 era de 12,08%, contra 11,88% do ajuste anterior.

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