A concretização da venda do Chelsea ao consórcio liderado por Todd Boehly, por 4,25 bilhões de libras (cerca de R$ 26,5 milhões), pode ser barrada pelo governo britânico. De acordo com o jornal The Guardian, Roman Abramovich, dono do clube londrino e atualmente afastado, estaria se negando a aceitar uma nova estrutura de venda proposta pelos ministros do Reino Unido, situação que teria gerado desconfiança.
O consenso no governo é que Abramovich, alvo de sanções em razão de sua proximidade com o presidente russo Vladimir Putin, não receba nenhuma parte das receitas da venda do Chelsea. Um dos receios é a respeito do empréstimo de 1,6 bilhão de libras (R$ 10,11 bilhões) feito ao time por uma empresa ligada ao oligarca, pois, ainda que Abramovich tenha se manifestado publicamente para negar que faria a cobrança, as negociações sobre o assunto estão estagnadas.
Há uma tensão envolvendo o destino do dinheiro da venda a Boehly. O governo propôs que a quantia seja alocada em uma conta de garantia e lá permaneça até ser doada para uma instituição de caridade que ajude vítimas da guerra na Ucrânia. Segundo o The Guardian, essa parte das tratativas também está travada.
A principal preocupação dos ministros britânicos, portanto, é obter garantias de que todo o dinheiro movimentado durante a transação seja destinado a causas humanitárias e não caia nas mãos do oligarca russo. Em comunicado recente, Abramovich afirmou que se compromete em direcionar o dinheiro a uma organização liderada por uma pessoa sem qualquer ligação com ele.
De acordo com reportagem da BBC, uma fonte do Palácio de Whitehall revelou que existe uma séria preocupação de que Abramovich esteja "disposto a deixar o Chelsea falir" por não concordar com a estrutura de venda. "Apesar de se comprometer publicamente em destinar todos os lucros a boas causas, Abramovich parece não estar disposto a assumir os mesmos compromissos legais, que teriam respaldado suas declarações de cerca de uma semana atrás", disse a fonte.
No momento, o Chelsea está sendo comandado sob regime especial do governo do Reino Unido, que se encerra no dia 31 de maio. Por isso, até agora, esse é o prazo para que a situação da venda do clube seja resolvida.