Descolado da base do governo e da oposição no Congresso desde que perdeu as eleições presidenciais do ano passado, o PSB está procurando políticos descontentes dos dois lados e pode ver sua bancada no Senado ser turbinada. Visto como terceira via pelos parlamentares insatisfeitos com os caciques de suas siglas ou constrangidos com o pacote de ajuste fiscal do governo e os desdobramentos da Operação Lava Jato, o partido do ex-governador Eduardo Campos, morto em agosto de 2014, quando era o candidato do partido à Presidência, articula a adesão de senadores do PT, PSDB e PP.
A negociação mais avançada é com a petista Marta Suplicy (SP), que deve ir em maio para a sigla e pretende disputar a Prefeitura de São Paulo no ano que vem pela nova legenda. No campo oposto, a senadora tucana Lúcia Vânia (GO) também está próxima do PSB. Após desentendimentos com o PSDB, ela já consultou o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para saber se perderia o mandato caso optasse por mudar de legenda.
A regra do tribunal sobre a perda de mandato de senadores que pretendem trocar de partido não é clara, mas o entendimento atual é que o Parlamentar mantém o mandato por se tratar de eleição majoritária.
Aliados de Lúcia Vânia contam que o deputado Marcos Abrão, sobrinho dela, é presidente do PPS no Estado. Se ela for para o PSB, poderia unir forças das duas legendas e ganhar projeção como liderança política em Goiás. A insatisfação dela com os tucanos começou quando o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, vetou o convite feito pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para que a senadora assumisse uma vaga na Mesa da Casa.
Outros nomes também foram sondados pelo PSB: os petistas Paulo Paim (RS), Walter Pinheiro (BA) e Delcídio Amaral (MT), além da senadora do PP gaúcho Ana Amélia. Os senadores confirmam as conversas, mas dizem que, agora, não pretendem mudar de legenda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.