Talvez você não saiba, mas cefaleias matutinas, diabetes, sonolência diurna excessiva e lapsos de memória podem ser sintomas de apneia do sono. Mas o que é apneia? A apneia é a parada ou interrupção da respiração durante o sono e pode ocorrer várias vezes enquanto a pessoa dorme.
Entre as causas da apneia estão a obstrução das vias aéreas superiores, podendo ocorrer na região nasal, na região da faringe e abaixo da faringe, quando os músculos relaxam durante o sono e estreitam a passagem de ar. Quando persiste por anos, a doença pode desencadear outras patologias como a hipertensão, obesidade e, como citado anteriormente, até diabetes.
Perfil
Não é regra, já que existem muitas crianças que apresentam apneia do sono quando possuem amígdalas grandes e outros problemas no nariz, mas a doença se manifesta com mais freqüência em homens na faixa dos 40 ao 60 anos e em mulheres a partir dos 50. "Isso acontece devido a um maior relaxamento dos músculos na região da faringe durante o sono", explica José Flávio Torezan, cirurgião dentista bucomaxilofacial.
Além disso, pessoas sedentárias e com tendência a obesidade são mais propensas a desenvolver a apneia obstrutiva. "Isso porque essas pessoas não engordam só na região do abdome, mas também na região ao redor da faringe", detalha Torezan. Apesar de não existirem estudos específicos sobre a doença, estima-se que mais de 20 milhões de brasileiros sofram com o problema e de alguma forma estejam em tratamento, mas ao mesmo tempo, um número semelhante de pessoas permanecem sem saber que possuem a apneia do sono.
Tratamento
Os tratamentos para apneia, sejam eles clínicos ou cirúrgicos, melhoram os sinais e sintomas da "doença", mas para que o sucesso seja absoluto é preciso que o paciente alie as medicações com uma mudança de hábitos. "Entre as mudanças estão a atividade física regular, alimentação saudável, controle do peso e índice de massa corporal", diz José Flávio Torezan, cirurgião dentista bucomaxilofacial.
Para instituir o tratamento é preciso que o profissional de saúde saiba qual a gravidade da doença em cada indivíduo. Se a apneia for leve – até 10 interrupções por hora de sono – muitas vezes não requerem tratamento específico, as mudanças de hábitos parecem ser suficientes.
Quando a apneia é moderada – de 10 a 30 interrupções por hora de sono – o tratamento mais utilizado é a máscara chamada CPAP, que utiliza um compressor de ar para jogar o ar para dentro dos pulmões, ultrapassando a "barreira na área da obstrução. "Muitos pacientes podem ainda se beneficiar de um aparelho bucal feito pelo dentista, que joga a mandíbula para frente, forçando assim a língua a ir para frente, desobstruindo a passagem de ar pela garganta", pontua.
Já em pacientes com apneia grave – acima de 30 apneias por hora de sono – podem ser submetidos a vários tipos de procedimentos cirúrgicos, entre eles a cirurgia para remover obstruções nasais, remoção das amígdalas e procedimentos bucomaxilofaciais, como o avanço cirúrgico da mandíbula e do queixo ou avanço do maxilar superior e inferior simultâneos.
É importante frisar que cada caso é um caso e que o tratamento só será indicado após o diagnóstico por polissonografia for confirmado.