Especialista em crime organizado, a desembargadora Ivana David vê nos ataques em Araçatuba características de terrorismo. "A célula terrorista pratica atos que geram medo na sociedade. Assim como espalhar bombas pela cidade, amarrar pessoas no teto do veículo e transitar com elas pela rua é passar a ideia de me respeitem, pois estou no controle , é impor o terror", disse.
A magistrada acredita que facções criminosas como o PCC podem estar ligadas aos ataques. "Um roubo dessa envergadura, com hierarquia, divisão de tarefas, material bélico e explosivos, tem a cara do PCC, mas não sozinho. Os grandes crimes hoje estão com trabalhos terceirizados", diz. "Uma (organização criminosa) aluga armas, outra blinda os carros e cuida do transporte, outra entra com cangaceiros que vão roubar o dinheiro."
Há ainda a organização que vai "lavar" o dinheiro e fazer a distribuição dos valores obtidos. "Organizações como o PCC evoluíram e o Estado ficou para trás. O PCC está empresariado, abandonou as biqueiras e trabalha a granel. Cresceu na audácia, no armamento e na tecnologia", afirma ela, responsável por mandar para a prisão o principal líder da facção, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.
A Polícia Civil não divulgou se os sete suspeitos presos e o morto tinham envolvimento com alguma organização criminosa. As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>