Estadão

Desemprego tem 1ª elevação em 1 ano, mas taxa é a menor para o período desde 2015

A taxa de desocupação no País subiu de 7,9% no trimestre terminado em dezembro de 2022 para 8,4% no trimestre até janeiro de 2023, o primeiro avanço em um ano. A última vez que a taxa de desocupação tinha crescido foi na passagem de dezembro de 2021 (11,1%) para janeiro de 2022 (11,2%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar da elevação, a taxa de desemprego no trimestre encerrado em janeiro de 2023 foi a mais baixa para esse período desde 2015, quando estava em 6,9%.

O nível da ocupação – porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar – saiu de em 57,4% no trimestre até outubro de 2022 para 56,7% no trimestre até janeiro de 2023.

No trimestre terminado em janeiro de 2022, o nível da ocupação era de 55,3%.

<b>Ocupados contribuindo para a Previdência</b>

O IBGE informou ainda que o Brasil tinha 63,739 milhões de ocupados contribuindo para a Previdência, terceiro maior contingente da série histórica.

O ápice foi verificado no trimestre até dezembro de 2022, com 64,274 milhões de trabalhadores contribuintes. O segundo melhor resultado foi no trimestre até novembro de 2022, com 64,172 milhões de contribuintes.

No entanto, a proporção de ocupados que contribuem para a Previdência foi de apenas 64,6% no trimestre até janeiro de 2023, montante que já ultrapassou os 66% em anos anteriores.

<b>Informalidade</b>

De acordo com o IBGE, o País registrou taxa de informalidade de 39,0% no mercado de trabalho no trimestre encerrado em janeiro de 2023. Havia 38,964 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período.

"Essa queda na ocupação não foi enviesada", afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE. "A queda na ocupação atingiu tanto o trabalhador formal quanto o informal."

Em um trimestre, 511 mil pessoas deixaram de atuar como trabalhadores informais. A extinção de vagas no período totalizou 1,025 milhão.

Em um trimestre, houve redução de 264 mil empregos sem carteira assinada no setor privado, de 37 mil empregadores sem CNPJ, redução de 44 mil pessoas no trabalho por conta própria sem CNPJ e de 165 mil de pessoas no trabalho familiar auxiliar. O número de trabalhadores domésticos sem carteira assinada ficou estável.

A queda na população ocupada atuando na informalidade em um trimestre foi de 1,3%. Em relação a um ano antes, o contingente de trabalhadores informais recuou em 70 mil pessoas, queda de 0,2%.

<b>Carteira assinada</b>

Também segundo o IBGE, o trimestre encerrado em janeiro de 2023 mostrou uma abertura de 190 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em outubro de 2022. Na comparação com o mesmo trimestre de 2022, 2,257 milhões de vagas com carteira assinada foram criadas no setor privado.

O total de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado foi de 36,813 milhões no trimestre até janeiro, enquanto as que atuavam sem carteira assinada alcançaram 13,108 milhões, 264 mil a menos que no trimestre anterior. Em relação ao trimestre até janeiro de 2022, foram criadas 725 mil vagas sem carteira no setor privado.

O trabalho por conta própria perdeu 111 mil pessoas em um trimestre, para um total de 25,299 milhões. O resultado significa 277 mil pessoas a menos atuando nessa condição em relação a um ano antes.

O número de empregadores encolheu em 179 mil em um trimestre. Em relação a janeiro de 2022, o total de empregadores cresceu 186 mil.

O País teve um aumento de mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para um total de 5,883 milhões de pessoas. Esse contingente é 262 mil pessoas maior que no ano anterior.

O setor público teve 497 mil ocupados a menos no trimestre terminado em janeiro ante o trimestre encerrado em outubro. Na comparação com o trimestre até janeiro de 2022, foram abertas 447 mil vagas.

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