Os gigantes subiram e desceram ladeira em Olinda nesta terça-feira, 13, oficialmente o último dia de carnaval. Figuras emblemáticas de Pernambuco, como o Homem da Meia Noite, e personalidades como Bob Marley caíram no frevo em suas versões maximizadas, arrastando os foliões durante a manhã.
Apesar de estarem presentes em todos os dias de carnaval em Pernambuco, os “bonecões” ganham sua apoteose no último dia. É quando Silvio Botelho, o grande nome por trás das figuras, tira suas obras do ateliê e põe para a rua. São quase 100, num desfile reverenciado há 31 anos por locais e turistas.
Os bonecos de Botelho são modelados em argila, para fazer a expressão facial. Para finalizar, é usada fibra de vidro, o que torna a alegoria mais leve. Mas, ainda assim, são de 15 a 40 kg, em média, nas costas dos “bonequeiros”.
Alessandro José Hora, de 30 anos, desde os 10 carrega as alegorias. Morador do bairro de Guadalupe, berço dos bonecos, trabalha em supermercado, mas, nos dias de folia, fica escondido por trás das calças gigantes. “Eu fui crescendo com eles. Carreguei os pequenos e depois os grandes. No carnaval, sempre estou com ele em cima de mim”, disse, minimizando o peso e garantindo que dá para dançar durante percurso inteiro na cidade histórica.
Para Sílvio Botelho, que confecciona os bonecos há 44 anos e que comanda a festa na terça-feira, manter a tradição é o principal objetivo do desfile. “Eu fico muito feliz em saber que o povo tem memória, quer ter memória e não vai abandonar essa festa”, comentou. O encontro dos bonecos gigantes neste ano homenageou Luiz Adolpho, presidente do Homem da Meia Noite, considerado o principal boneco do carnaval.
Durante o carnaval de Olinda, foram cerca 1,5 mil desfiles de agremiações e mais de 230 atrações nos 13 palcos montados no sítio histórico e na periferia da cidade. De acordo com o governo do Estado, 1,7 milhão de foliões circularam por Pernambuco durante o carnaval.